
O empreendedor não é apenas aquele que sonha, que consegue criar ideias disruptivas mas aquele que alia sua criatividade ao planejamento e à gestão dos negócios por ele gerados.
O planejamento de novos negócios, por esta razão, exige não apenas clareza sobre o mercado, mas também uma visão integrada de valor, impacto e viabilidade. Entre as ferramentas mais reconhecidas e aplicadas no contexto atual estão o Business Model Generation (Osterwalder & Pigneur) e o Design Thinking (Brown, IDEO), que, quando combinados, permitem estruturar modelos de negócio inovadores, centrados no cliente e sustentáveis a longo prazo.
A seguir, apresento um guia em etapas, baseado nessas metodologias, para o desenvolvimento de um negócio sustentável.
Ponto de partida: empatia e imersão (Design Thinking):
• Objetivo: compreender profundamente o contexto dos clientes, stakeholders e sociedade.
• Atividades-chave:
• Entrevistas, observação e pesquisa etnográfica com usuários potenciais.
• Mapeamento das dores (pain points), desejos e expectativas dos clientes.
• Identificação de desafios ambientais, sociais e regulatórios que impactam o setor.
• Resultado esperado: definição clara de necessidades reais a serem atendidas, que servirão de base para a criação da proposta de valor.
Definição do problema e ideação (Design Thinking):
• Objetivo: transformar os insights coletados em desafios bem definidos.
• Atividades-chave:
• Redação de How Might We Questions (“Como podemos fazer perguntas …”) para estimular soluções criativas.
• Sessões de brainstorming multidisciplinar, prototipagem de conceitos iniciais e uso de ferramentas visuais (mapas de empatia, jornada do cliente).
• Resultado esperado: geração de um portfólio de ideias viáveis que respondam a problemas reais e estejam alinhadas a critérios de sustentabilidade.
Estruturação inicial do modelo de negócio (Business Model Canvas)
• Objetivo: traduzir as ideias em um modelo de negócio compreensível e testável.
• Atividades-chave:
• Preenchimento do Canvas de Modelo de Negócios com foco nos nove blocos:
1. Proposta de Valor
2. Segmentos de Clientes
3. Canais
4. Relacionamento com Clientes
5. Fontes de Receita
6. Recursos-Chave
7. Atividades-Chave
8. Parcerias-Chave
9. Estrutura de Custos
• Integração de indicadores ESG (ambientais, sociais e de governança) dentro de cada bloco, como diferencial competitivo.
• Resultado esperado: um primeiro desenho do modelo sustentável, visível e comunicável a todos os envolvidos.
Prototipagem e validação (Design Thinking aplicado ao Canvas)
• Objetivo: testar hipóteses de forma rápida e econômica antes de grandes investimentos.
• Atividades-chave:
• Criação de protótipos simples (mínimo produto viável – MVP).
• Testes em pequena escala com clientes reais para coletar feedback.
• Ajustes iterativos no Canvas com base nas validações.
• Resultado esperado: redução de riscos por meio da validação prática da proposta de valor e modelo econômico.
Avaliação de sustentabilidade e escalabilidade:
• Objetivo: garantir que o modelo seja financeiramente viável, socialmente responsável e ambientalmente sustentável.
• Atividades-chave:
• Aplicação da Análise de Triple Bottom Line (pessoas, planeta, lucro).
• Definição de métricas de impacto (KPIs sociais e ambientais além dos financeiros).
• Planejamento de governança corporativa e transparência.
• Resultado esperado: modelo de negócio ajustado para gerar valor econômico, social e ambiental de forma equilibrada.
Planejamento estratégico de execução:
• Objetivo: transformar o modelo validado em plano de ação estruturado.
• Atividades-chave:
• Definição de metas de curto, médio e longo prazo.
• Estabelecimento de indicadores de desempenho estratégicos (OKRs e KPIs).
• Identificação de recursos financeiros, humanos e tecnológicos necessários.
• Roadmap de implementação com marcos claros e revisões periódicas.
• Resultado esperado: plano estratégico sustentável, pronto para execução e acompanhamento.
Chegamos à conclusão que:
A integração entre Design Thinking e Business Model Generation oferece uma metodologia completa para novos negócios: o primeiro traz profundidade na compreensão do cliente e geração de soluções criativas, enquanto o segundo traduz essas ideias em modelos de negócio claros e executáveis. Ao aplicar as etapas descritas — empatia, definição, ideação, modelagem, validação, sustentabilidade e execução —, o empreendedor desenvolve não apenas uma empresa viável financeiramente, mas também alinhada às exigências atuais de impacto social e ambiental positivo.
Prof. Mário Augusto Teles
Especialista em Estratégias de Marketing
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