Manter o desejo sexual em relacionamentos longos é um desafio para a maioria dos casais. O desejo sexual é um impulso que motiva as pessoas a se envolver em uma prática sexual, sempre com expectativa de recompensa prazerosa. Mas, engana-se quem pensa que o desejo sexual se mantém constante ao longo da vida.
O desejo sexual flutua com períodos de intensidade variável de acordo com as mudanças que acontecem na vida de cada uma das parcerias e do casal. Nesse cenário, é improvável que parcerias de longa data sintam desejo sexual ao mesmo tempo, em intensidade e frequência um com o outro.A discrepância de desejo sexual surge, então, de forma inevitável e se torna uma das principais queixas motivadoras da busca por terapia de casal.
Vários fatores individuais, interpessoais e sociais influenciam o desejo sexual com impacto nos relacionamentos. As expectativas pessoais não realistas sobre o desejo sexual têm influências negativas nos relacionamentos. Muitos casais acreditam que o desejo vai diminuir inevitavelmente ao longo do tempo de relacionamento ou ainda que ele deveria se manter continuamente elevado.
A admiração pela parceria atua como um estímulo para a atração sexual que, por sua vez, é uma forte motivadora do desejo sexual. A fadiga, a ausência de autonomia, a baixa autoestima e a falta de foco para fazer do relacionamento uma prioridade impactam negativamente no desejo sexual.
A qualidade da interação entre o casal é fator determinante para influenciar o desejo sexual. Casais que constroem intimidade emocional, compartilham sentimentos e se comunicam sobre as discrepâncias de desejo são os mais responsivos sexualmente e os mais satisfeitos com o relacionamento. Em contrapartida, os conflitos e a falta de diálogo roubam tempo, energia e espaço na maioria dos relacionamentos. O estabelecimento de rotina, a monotonia e o excesso de familiaridade entre o casal podem dessexualizar a relação a dois.
As expectativas sociais sobre o comportamento sexual para homens e mulheres impactam negativamente o desejo sexual. A falta de educação sexual reforça tabus e preconceitos, como a crença de que os homens têm mais desejo sexual do que as mulheres. Ao mesmo tempo, roteiros sexuais restritivos para as mulheres e as experiências de desigualdade na divisão de tarefas dentro do relacionamento são um grande desafio na manutenção do desejo sexual a longo prazo.
É possível mudar este cenário? Sim! Há sugestões e estratégias que podem ser adotadas pelo casal:
- Desconstruam o mito do desejo sexual elevado e constante ao longo da vida
- Não usem a frequência de prática sexual como régua para medir o desejo sexual
- Foquem na qualidade dos encontros sexuais e não na quantidade
- Melhorem o diálogo, a intimidade e a comunicação sexual
- Evitem a monotonia, quebrem a rotina e ampliem o repertório sexual de vocês
- Busquem ajuda profissional especializada com terapia sexual de casal
Não fazer nada é a pior escolha a ser feita!
Dra. Andréa Rufino
Médica CRM PI 2006
Ginecologista RQE 434
Sexóloga RQE 1484
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