Uma mulher de 18 anos estava em casa, na manhã desta quarta-feira (8), quando ligou a televisão no canal da TV Clube e soube da ação social de conscientização pelo fim da violência contra a mulher. Ela foi até o local do evento, na Praça da Bandeira, Centro de Teresina, com um olho roxo e o filho, de apenas três anos, nos braços e pediu por socorro: “meu marido me espanca, e ele disse que se eu voltar para casa vai me matar”.

Maria Clara de Araújo, uma das advogadas da comissão da mulher advogada da OAB-PI, que prestou assessoria e orientação à vítima, detalhou o atendimento. “Passou de ser uma assistência jurídica para ser um trabalho, um acolhimento. Era uma situação de violência, ela estava chorando: ‘o meu marido me bateu e eu saí fugida de casa. Eu não aguento mais’. Ela depende dele para tudo”, disse a advogada.

A vítima relatou à advogada que ela não tem documentos de identificação, e que o marido não a deixar sair de casa sozinha. Para Maria Clara, isso pode se caracterizar como crime de cárcere privado.

Com apenas 13 anos de idade, a vítima perdeu os pais e morava com o agressor, que até então “se parece gente boa”. Nesta quarta-feira (8), pela manhã, recebeu a agressão física que deixou o olho roxo. Por volta das 9h30, a vítima buscou ajuda pelo número 190, mas não foi atendida.

Sem saber a quem recorrer, a mulher encontrou na campanha uma oportunidade de se livrar das agressões. Para as advogadas, ela contou que chegou ao local de ônibus, que pagou com dinheiro doado por um vizinho, e foi ameaçada de morte pelo companheiro caso retornasse para casa.

“Chegou aqui uma menina, de 18 anos, viu na televisão que estava acontecendo esse avento. Ela chegou chorando pedindo ajuda, que queria sair de um relacionamento. ‘Meu marido me espanca”. Maria Clara comentou que, além da orientação, a equipe acompanhou a vítima até uma delegacia para registrar boletim de ocorrência e solicitar uma medida protetiva contra o agressor.

“Ela se juntou com esse homem. Depois que os pais morreram, ela começou a ser espancada e não tinha para onde ir. Ela pegou o dinheiro emprestado para vir até aqui. Eu chamei o policial e fomos à Delegacia da Mulher. Ela será encaminhada a um abrigo”.

SOS da Mulher na Praça 

Aconteceu, neste quarta-feira (08), o “SOS Mulher na Praça”, da Rede Clube, uma campanha de apoio às mulheres na luta contra a violência, no Dia Internacional da Mulher. A ação ocorreu das 7h às 13h.

A ação social prestou serviços de cuidados envolvendo a saúde física e psicológica, além de orientações jurídicas, atividades esportivas e emissão de documentos às mulheres.

LEIA MAIS 

SOS Mulher: ativista que apanhou por “cor de esmalte” ajuda mulheres a romper relações violentas

SOS Mulher: o relato de uma vítima que escapou do feminicídio por duas vezes

SOS Mulher: conheça os sinais que indicam violência contra a mulher

SOS Mulher: rede de apoio e onde denunciar casos de violência contra a mulher no Piauí

 Siga o Portal ClubeNews no Instagram e no Facebook.
Envie sua sugestão de pauta para nosso WhatsApp ou Telegram