Aline Moreira (TV Clube) e Luana Fontenele*
Luanafontenele@tvclube.com.br
“A gente não tem noção do que está vivendo”, afirma Cristiane Oliveira, que era vítima de violência doméstica pelo ex-marido. Em um lar que deveria ter amor e respeito, a violência ganhou espaço e se tornou a protagonista da relação.
Após seis anos da separação, a vítima conta ao especial SOS Mulher, da Rede Clube, que só após o término da relação ela entendeu que a tristeza e a falta de autoestima estavam sendo alimentadas pela violência psicológica.
“A violência psicológica foi tanta que sinto reflexos até hoje. Ela me perturba tanto que não consigo lembrar direito do que vivenciei na época, até mesmo das coisas boas. Eu cheguei até a acreditar que a minha opção sexual fosse outra, pois ele me fazia acreditar nisso”, detalha Cristiane Oliveira.
Cristiane ressalta que estar em uma relação só traz felicidade quando há amor e respeito, que é preciso desconstruir a ideia de que casamento é para sempre, mesmo quando há violência.
“A gente não precisa viver violência para manter uma relação, a gente precisa ser feliz. Muitas pessoas acham que estar dentro de um relacionamento é felicidade, mas depende de como isso está sendo vivido”, diz.
PATRULHA MARIA DA PENHA
Com a necessidade de enfrentar a violência doméstica e familiar, diversos mecanismos de defesa e garantias aos direitos das mulheres têm surgido, entre eles a Patrulha Maria da Penha.
O serviço prestado pela Polícia Militar do Piauí oferece acompanhamento periódico a mulheres em situação de violência.
A capitã Leoneide destaca que a Patrulha Maria da Penha atua com visitas, repasses de planos de segurança e orientação de como reagir em casa com a presença do agressor.
“Todas as mulheres atendidas pela Patrulha Maria da Penha já têm os seus casos judicializados e possuem medidas protetivas de urgência. Nós já atendemos mais de mil mulheres, e todas elas que são assistidas pela Patrulha Maria da Penha estão vivas”.
A estudante Telma de Sousa destaca que semanalmente recebe a visita da patrulha e que se sente mais segura com as visitas e o acompanhamento realizado.
“Até hoje eu recebo a visita da Guarda Maria da Penha uma vez por semana na minha residência para ver como está a situação”, conta.

Machismo: um mal da sociedade
As ativistas do movimento feminista explicam que para combater a violência contra a mulher é necessário desconstruir a estrutura patriarcal da nossa sociedade. O que é um trabalho árduo e demorado, que deve começar pela educação.
“Tudo começa na educação. A nossa luta, a nossa resistência histórica traz avanços. Devemos trazer esses debates para os nossos alunos e mostrar a importância de uma sociedade anti-machista e anti-misógina”, destaca a professora Ana Brito.
As pesquisadoras afirmam ainda que as estruturas de poder devem estar inseridas no processo de luta, e serem operativas no sentido de oferecer as condições necessárias para que projetos voltados ao combate e prevenção da violência contra a mulher sejam de fato efetivos.
Estagiária sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso*
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