
Emanuel Pereira*
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A confeiteira Samara Gonçalves começou a trabalhar neste setor em 2017, motivada pela filha de, até então, 17 anos. Ao perceber que as suas colegas trabalhavam, a adolescente também planejou conquistar sua independência financeira com a venda de brigadeiros na escola.
O sonho empreendedor da menina fez a mãe descobrir uma nova profissão que, apesar das dificuldades, proporciona alegria e gera renda à família moradora do Residencial Jacinta Andrade, zona Norte de Teresina.
A primeira encomenda feita pela profissional foi uma grande quantidade de brigadeiros, três meses após a filha iniciar as vendas no colégio. Devido à inexperiência, ela pensou em desistir, mas a mãe não permitiu.
“Estava com medo de ela começar a trabalhar e deixar os estudos de lado. Mesmo assim, sugeri vender docinhos. Ela gostou da ideia e percebemos que dava um bom resultado. No terceiro mês, ela disse que tinha uma encomenda de brigadeiros e queria recusá-la. Então, falei para não perder essa venda e eu mesma fiz os doces para ela entregar”, disse.
Samara descobriu o quanto é persistente e que esta virtude é indispensável a qualquer empreendedora. Conforme apareciam pedidos ainda desafiadores, ela buscava qualificação para aperfeiçoar seu trabalho e ficava cada vez mais convicta de que a confeitaria era o melhor caminho a seguir.
Nesta matéria especial da série “Mães de negócios”, o Portal ClubeNews conta a história da mamãe da jovem Beatriz, de 22 anos. A seguir, acompanhe a evolução profissional da confeiteira que ainda luta contra as adversidades para exercer sua vocação empreendedora.
O SINAL
Ao comprar toda a matéria-prima para trabalhar, ela ganhou vários cursos gratuitos para aprender a fazer doces. Conforme o negócio se tornou próspero, a confeiteira percebeu a necessidade de produzir algo além dos brigadeiros.
Samara relata que sua fé deu um novo rumo à sua jornada na confeitaria ao receber um sinal de Deus.
“Em um curso de docinhos finos, ganhei um tabuleiro de bolo em um sorteio e parei para pensar: deve ser o sinal que pedi Deus. Decidi fazer um curso de bolos para iniciantes e fui só me apaixonando cada vez mais por esse setor”, afirmou.
A profissional fez o seu primeiro bolo confeitado em 2019, para comemorar o aniversário de 19 anos da filha Beatriz. Desde então, seus bolos marcam presença em ocasiões especiais de diversas famílias na cidade.
DIFICULDADES
Antes de empreender, Samara trabalhou durante dois anos em uma loja de bolos, até ser demitida devido à pandemia da Covid-19. Como não podia ficar sem fonte de renda, ela conta que começou a vender bolos, brigadeiros e trufas em um pequeno comércio de sua mãe. Com isso, nasceu o sonho de abrir sua própria confeitaria e ampliar seu trabalho.
Contudo, o sonho foi engavetado quando seu esposo perdeu o emprego.
“As coisas começaram a ficar difíceis financeiramente e tive que procurar um trabalho de carteira assinada. Nessa época, a pandemia já estava mais controlada e os comércios já estavam funcionando normalmente. Certo dia, uma colega me mandou um anúncio de uma loja que estava precisando de uma auxiliar de confeitaria e, imediatamente entrei em contato. O dono da loja marcou uma entrevista comigo e comecei a trabalhar no dia seguinte”, pontuou.
A confeiteira trabalhou durante seis meses nesta empresa, quando decidiu sair para realizar seu tão sonhado curso profissionalizante de confeitaria, concluído no último mês de abril. Agora, como confeiteira profissional, ela tem a expectativa de expandir seu trabalho e inaugurar seu empreendimento.
SER MÃE
Samara atribui, à filha, a razão pela qual se tornou confeiteira e exerce sua profissão com muito amor. Para ela, ser mãe de Beatriz é um presente de Deus.
“Ser mãe é buscar força de onde a gente nem imagina que tem. Este foi o melhor e maior presente que Deus pode ter me dado, pois ser mãe puro amor”, concluiu.
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*Estagiário sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso