
Em coma e com quadro grave de pneumonia, Francisca Maria de Carvalho, mãe da criança de cinco anos que morreu com suspeita de envenenamento, na quarta-feira (5), começou a apresentar melhoras. Segundo a sua irmã, Elzinete Santos, Francisca está reagindo à medicação.
“Ela está reagindo bem, sem febre. Começaram a tirar a sedação”, contou Elzinete ao Portal ClubeNews.
Um boletim emitido na manhã desta quinta-feira (6) pelo Hospital Regional Tibério Nunes, no qual Francisca está internada desde o ocorrido, indicou que a paciente respirava com ajuda de aparelhos.
A irmã disse que a família está aflita pelo fato de que, por enquanto, não haver suspeitos.
“Apesar da dor da perda, ela vai se reeguer e continuar, pois Deus tem próposito na vida dela”, afirmou.
Relatos da avó e amiga da mãe
O enterro da pequena Agnes Carvalho de Moura ocorreu na manhã desta quinta-feira (6) em Canto do Buriti, a 163 km de Floriano, e contou com a presença do pai da menina, que mora em Goiânia (GO).
Em entrevista à TV Clube, a avó de Agnes afirmou que, para ela e a família, a situação não parece um suicídio, mas um homicídio.
“Moro em Brasília, mas falava [com a filha] todos os dias. Aparentemente estava normal. Tenho fé que ela vai reagir. Queremos saber da polícia o que de fato aconteceu”, relatou.
Uma amiga de Francisca, que não quis se identificar, contou que a mãe de Agnes ligou “chorando, pedindo ajuda” e disse que a criança estava convulsionando no hospital.
“Chamei um mototáxi e fui até lá, ela estava muito abalada. A assistente social me pediu os documentos da criança, mas eu não tinha. Precisei ir até a casa delas. Quando voltei, [Francisca] tinha passado mal e sido levada para outra sala. Não tive mais contato desde então”, lamentou.
Líquido suspeito encontrado
A delegada Emilly Kaynar, responsável pelo caso, contou à TV Clube que até o momento não tem nenhum suspeito principal, mas que a Polícia Civil segue com as investigações.
A menina e a mãe deram entrada no Hospital Tibério Nunes, na última segunda-feira (3) e, de acordo com a delegada, na casa das vítimas foi encontrado um copo com líquido transparente com pontinhos pretos embaixo.
“Esse material foi encaminhado para a perícia a fim de ser feito exame toxicológico e nós estamos aguardando a chegada do laudo. Também no Foram feitas diligências no sentido de ouvir pessoas próximas do relacionamento da vítima, ouvir os vizinhos da vítima e no momento não temos nenhum suspeito principal”, pontuou.
O perito criminal Charles Cunha contou que o corpo da menina não precisou ir para o Instituto de Medicina Legal de Teresina, mas que partes de alguns órgãos da criança estão sendo levados por ele, para a capital piauiense, para ser feito o levantamento no laboratório sobre a causa da morte.
“Antes vieram polícia militar e outros policiais, que fizeram alguns levantamentos. A perícia criminal não tinha sido acionada para coletar vestígios, apenas hoje, então acabei de sair do da residência, onde fomos em todos os cômodos, recolhemos líquidos, recolhemos roupas, recolhemos restos de lixo, material que ela chegou a colocar para fora e estamos levando também vai para Teresina com a parte interna da criança, para ser feito essa comparação e a gente possa conseguir descobrir qual material foi colocado ou qual material foi que mãe e filha ingeriram”, explicou.
Entenda o caso
Agnes Carvalho de Moura, de 5 anos, morreu, na cidade de Floriano, após apresentar sinais de envenenamento na quarta-feira. A mãe da criança, Francisca Maria de Carvalho, também está internada em estado grave, no Hospital Regional Tibério Nunes, com os mesmos sintomas. Elas passaram mal após consumir um peixe no jantar.
Ao Portal ClubeNews, a irmã de Francisca, Elzinete contou que as duas [mãe e filha] começaram a passar mal em casa e foram socorridas por vizinhos.
Elas deram entrada no hospital, por volta das 20h30 da segunda-feira, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), já com sinais de ingestão de substância tóxica. Depois, elas foram encaminhadas ao Hospital Regional de Floriano, onde foi detectado o envenenamento por chumbinho e outra substância tóxica, ainda não identificada. Devido à quantidade no organismo, a criança não resistiu ao efeito das substância e faleceu na quarta.
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