
A enfermeira Laurimary Caminha, que foi baleada durante um atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), na noite de sábado (15), conversou com o Portal ClubeNews e disse que permanece assustada com a situação. “Estou tentando ficar bem”, comentou.
O motorista da ambulância, identificado como Anderson, também foi atingido ao atender uma vítima de disparo de arma de fogo na zona Sul da capital piauiense. Laurimary relatou que continua muito abalada com todo o acontecimento e que ainda não se sente confortável de detalhar os momentos de tensão vividos no bairro Vamos Ver o Sol. Ela e o motorista foram baleados na perna enquanto atendiam uma vítima.
Na manhã desta segunda-feira (17), os servidores do Samu realizaram um protesto denunciando a insegurança, pedindo por melhores condições de trabalho e reivindicando reajuste salarial. Laurimary não pode ir por conta da recuperação.
Os profissionais do Samu passaram por procedimentos cirúrgicos para retirada dos projéteis. O motorista tem quadro de saúde estável. Eles atendiam uma vítima de arma de fogo quando foram alvejados por uma pessoa. Até o momento, ninguém foi preso.
“Por recomendações médicas não posso fazer descarga de peso na minha perna direita para evitar sangramentos e piora da lesão. Infelizmente, não poderei estar presente (na manifestação), porém os colegas estarão lá e poderão me representar”, explicou a enfermeira.
Condições precárias
Os problemas que os servidores enfrentam todos os dias são muitos, entre eles: ambulâncias sem giroflex, sem freio, sem portas e, muitas vezes, sem ar-condicionado.
Além disso, o socorrista do SAMU, Girleno França, comentou que as agressões aos servidores não é novidade. Por conta da precariedade dos equipamentos e ambulâncias, os atendimentos passam a demorar, e as pessoas que precisam de suporte ficam violentos.
“Quem está do outro lado, aflito e com medo, tem que ser atendido e, muitas vezes, esse medo acaba se transformando em revolta. E, por conta da demora, quando a equipe chega até o local é hostilizada e até agredida”, comentou.
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (Senatepi), Erick Riccely, informou que a situação foi repassada para o poder público.
“Notificamos a Fundação Municipal de Saúde para que ela busque uma relação mais próxima com a Secretaria de Segurança Pública e garanta uma prioridade na hora que tivéssemos ocorrências que envolvam qualquer tipo de agressão. E lembrar também a população que o fato do atendimento demorar não é culpa de quem foi atender”, detalha.
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