Neste sábado, 10 de maio, é celebrado o Dia da Cavalaria. O Portal ClubeNews visitou a sede do Regimento de Policiamento Montado (RPMONT) da Polícia Militar do Piauí (PMPI), em Teresina (PI). 

O RPMONT, popularmente conhecido como Cavalaria da Polícia Militar, atua em todo o estado do Piauí. Atualmente, 48 cavalos da raça Brasileiro de Hipismo (BH) e 56 policiais compõem o regimento. Além das rondas ostensivas com os animais, o departamento também conta com viaturas.

Os cavalos

Dos 48 cavalos da unidade, quatro são garanhões (machos que não foram castrados), oito são potros (filhotes ou que não chegaram até os quatro anos) e dez são éguas. Os demais, são machos que atuam nas ocorrências.

Segundo o Comandante do RPMONT, coronel Valdeney Pacheco, parte dos animais da unidade foram adquiridos no ano de 2012; desde então, os cavalos são nascidos e criados dentro do próprio regimento.

“Aqui também nós fazemos o trabalho de recriação e a monta dessas éguas. Nós estamos entrando num patamar de fazermos a recria usando o sêmen, ou seja, a recria artificial”, explicou.

No regimento, após os anos de serviço, os cavalos se aposentam e são realocados do policiamento ostensivo para a equoterapia – serviço terapêutico que utiliza o animal como ferramenta para o desenvolvimento de pessoas com deficiência e/ou necessidades especiais.

 “Os nossos cavalos, eles trabalham em torno de 16 a 28 anos. Então, após esse período, eles vão para a aposentadoria. Como ele já trabalhou bastante na rua, é um cavalo já dócil, é um cavalo mais calmo; então, nós deslocamos esse cavalo para o nosso trabalho de equoterapia”, contou o comandante sobre a aposentadoria desses animais.

Como é o treinamento dos animais?

Conforme o coronel Valdeney, os potros são treinados em duas etapas: a doma racional e a montada.

– Doma racional (acontece a partir dos três anos e cinco meses): o domador busca conquistar o cavalo, de forma que ele fique mais manso e suscetível a montada

– Montada (a partir dos quatro anos): quando o animal começa a aceitar o contato com os policiais que irão realizar as rondas ostensivas.

Para o comandante, este processo é muito importante, dado o estresse que o animal pode sofrer no dia a dia. “Ele tem o contato com carros, tem o contato com zoadas, com buzina, estouros de arma de fogo, estampidos de foguetes. Andar em meios aglomerados para que ele possa ter uma adaptação”, ressaltou.

Qual a função da Cavalaria?

Segundo o coronel Valdeney Pacheco, a Cavalaria pode atuar em ocorrências em áreas de difícil acesso para carros e motocicletas. “Atualmente, nós estamos elevando um pouco mais do nosso trabalho, que é aquele policiamento ostensivo montado, certo, em favelas, em vias, em locais de difícil acesso”, disse.

A atuação da Cavalaria também é muito observada em eventos com grande aglomeração. De acordo com o comandante, o regimento tem uma visão privilegiada em eventos assim.

“A atuação da cavalaria nessas atividades é porque no policiamento a cavalo, você tem uma visão diferenciada dos demais. Então, o cavalo é em torno de 1,6m, 1,8m, dependendo muito do cavalo. O policial tem uma vantagem sobre os demais e tem uma visão de 360 graus do local onde ele está”, esclareceu.

Para o comandante, além de servir como uma ferramenta para o policiamento ostensivo, a Cavalaria também aproxima o policial militar do hipismo, esporte que envolve a prática de montar o cavalo.

“Estamos trazendo o nosso policial para a prática desportiva, que é o hipismo; uma prática que desenvolve a amizade, o gosto pelo cavalo e faz com que o policial chegue mais ao nosso regimento”, concluiu.