
Um grave caso de infração ambiental foi denunciado por um ambientalista em Teresina. A denúncia aponta que, dentro de um aterro sanitário localizado no bairro Santo Antônio, zona Sul da capital, há descarte irregular de chorume — um líquido altamente tóxico — diretamente no solo da área. Imagens captadas por drone flagraram o despejo do material sem qualquer tipo de tratamento.
As imagens mostram um sistema de bombeamento instalado no local com o objetivo de descartar o chorume de forma clandestina, sem seguir os protocolos ambientais exigidos.
Segundo o ambientalista Dionísio Carvalho, os reservatórios de chorume atingiram a capacidade máxima e estavam prestes a transbordar. Com o sistema de tratamento paralisado, o líquido começou a ser despejado diretamente no meio ambiente, em áreas sem impermeabilização adequada, com anuência da empresa responsável pela gestão do aterro e da Prefeitura de Teresina.
A prática representa um alto risco de contaminação do solo, da água e do ar, colocando em perigo a saúde da população da região.
O chorume é um líquido escuro, de odor desagradável, resultante da decomposição física e química dos resíduos sólidos.
Outro lado
A TV Clube entrou em contato com o Consórcio Recicle Aurora, que negou as acusações. A empresa alegou que não é todo efluente que é acondicionado e tratado dentro do aterro, cujo espaço é licenciado para a atividade.
A empresa afirmou também que todo o tratamento do produto é acompanhado diariamente pela equipe de ambientalistas. Quanto às imagens, o Consórcio Nordeste argumentou que foram captadas no momento em que é realizado o manejo interno da lagoa de acúmulo de chorume.
O procedimento estaria sendo realizado de forma regular e segura para o armazenamento temporário em área de célula do próprio aterro. Ainda em sua defesa, a empresa pontuou que são realizadas periodicamente amostras das águas subterrâneas de poços interno e do entorno, bem como do Rio Poti para garantir o controle ambiental.
A Polícia Federal também foi procurada para informações sobre uma denúncia recebida, mas afirmou que não comenta sobre processos em andamento.
O Portal ClubeNews procurou a assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semarh) para esclarecimentos. A pasta explicou que faz o acompanhamento da atividade por meio de relatórios semestrais de monitoramento de chorume e da eficiência das estações de tratamento no local.
A secretaria ressaltou ainda que o prazo para apresentação do próximo relatório encerra no próximo mês de julho. De acordo com a Semarh, também são realizadas vistorias técnicas no aterro para acompanhar os impactos ambientais e assegurar a adequada operação do sistema de tratamento de resíduos. Uma equipe será enviada para apurar a denúncia.
Nossa equipe procurou o secretário de Meio Ambiente de Teresina, Bessah Filho, que destacou que as cenas registradas tratam-se de um problema pontual, resultante de atividades operacionais rotineiras do aterro.
O gestor disse que a prática não configura descarte irregular ou vazamento para fora do perímetro da área. O acúmulo temporário teria sido ocasionado por motivos como manutenção programada do sistema de tratamento do chorume, necessidade de manobras operações no sistema e ajustes no sistema, com toda a situação já controlada.
Ainda segundo o secretário, uma equipe de fiscalização da pasta esteve no local na última quinta-feira (5) para acompanhar as medidas adotadas pela empresa responsável pelo aterro e todo o chorume gerado na área é encaminhado para tratamento adequado.
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