25 de agosto de 2025

O que a China pode oferecer ao Brasil sobre empreendedorismo e negócios?

Mário Teles

Economista
Publicado há 8 horas

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Economia da China (Foto: g1)
  1. O que podemos aprender com a China?

A China, nas últimas décadas, saiu de um país pobre e rural para se tornar a segunda maior economia do mundo. Como isso foi possível?

• Visão de longo prazo: os chineses planejam décadas à frente, enquanto o Brasil muitas vezes pensa apenas no próximo governo.

• Investimento pesado em infraestrutura: estradas, portos, ferrovias e energia foram prioridade para facilitar a produção e o comércio.

• Apoio à inovação e tecnologia: a China investiu bilhões em pesquisa, educação e novas indústrias, como energia limpa, carros elétricos e inteligência artificial.

• Valorização do empreendedor: apesar do forte papel do governo, o setor privado cresceu e foi incentivado a competir globalmente.

Para o Brasil, o aprendizado é claro: precisamos investir em infraestrutura, inovação e educação, além de reduzir a burocracia que trava quem quer empreender

  1. Os investimentos da China no Brasil

A China já é o maior parceiro comercial do Brasil, e isso não é por acaso. Nos últimos anos, empresas chinesas têm colocado muito dinheiro aqui, em áreas estratégicas. Alguns exemplos:

• Energia elétrica: a China comprou ou investiu em várias empresas de energia no Brasil, como a China Three Gorges (CTG), que controla usinas hidrelétricas e parques eólicos. O valor já passa de US$ 15 bilhões.

• Infraestrutura e logística: companhias chinesas participam de projetos de ferrovias, portos e concessões rodoviárias, buscando melhorar o escoamento da produção agrícola brasileira.

• Agronegócio: além de importar soja, milho e carne, empresas chinesas investem em processadoras de alimentos e armazéns no Brasil.

• Tecnologia e telecomunicações: a Huawei é um dos maiores exemplos, atuando em internet 5G, telefonia e centros de inovação.

• Mineração: a China também tem investimentos em minério de ferro, essencial para sua indústria siderúrgica.

Somando tudo, os investimentos chineses já ultrapassam US$ 80 bilhões no Brasil nos últimos 15 anos, tornando o país um dos principais destinos do capital chinês na América Latina.

  1. O que a China quer em troca nas suas relações comerciais com o Brasil?

A relação não é apenas de “amizade comercial”, mas de interesses bem definidos:

• Garantir alimentos: a China precisa alimentar 1,4 bilhão de pessoas. O Brasil é visto como parceiro confiável para soja, milho, carnes e café.

• Garantir energia e matérias-primas: petróleo, minério e eletricidade estão no centro da estratégia chinesa para manter seu crescimento.

• Expandir influência global: investir no Brasil faz parte da estratégia da China de aumentar sua presença na América Latina e equilibrar forças diante dos Estados Unidos.

• Oportunidades de mercado: o Brasil tem mais de 200 milhões de consumidores, o que interessa a empresas chinesas de tecnologia, veículos elétricos e bens de consumo.

  1. O que isso significa para o Brasil e seus empreendedores?

Para o Brasil, a relação com a China traz tanto oportunidades quanto desafios.

• Oportunidade: atrair investimentos, melhorar infraestrutura e abrir espaço para o empreendedor local aproveitar esse mercado.

• Desafio: não ficar apenas como fornecedor de commodities (soja, minério e petróleo), mas também desenvolver indústria, tecnologia e inovação próprias.

O Brasil pode aprender com a cultura chinesa que crescimento só acontece com visão de longo prazo, investimento em produtividade e abertura para o comércio mundial.

Em síntese: a China investe pesado no Brasil porque quer garantir alimentos, energia e matérias-primas, além de expandir sua influência. Para os brasileiros, o grande aprendizado é que empreender com visão de futuro, investir em inovação e reduzir barreiras são passos essenciais para transformar o país em uma potência não só agrícola e energética, mas também tecnológica.

Prof. Mário Augusto Teles
Economista


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