
- O que podemos aprender com a China?
A China, nas últimas décadas, saiu de um país pobre e rural para se tornar a segunda maior economia do mundo. Como isso foi possível?
• Visão de longo prazo: os chineses planejam décadas à frente, enquanto o Brasil muitas vezes pensa apenas no próximo governo.
• Investimento pesado em infraestrutura: estradas, portos, ferrovias e energia foram prioridade para facilitar a produção e o comércio.
• Apoio à inovação e tecnologia: a China investiu bilhões em pesquisa, educação e novas indústrias, como energia limpa, carros elétricos e inteligência artificial.
• Valorização do empreendedor: apesar do forte papel do governo, o setor privado cresceu e foi incentivado a competir globalmente.
Para o Brasil, o aprendizado é claro: precisamos investir em infraestrutura, inovação e educação, além de reduzir a burocracia que trava quem quer empreender
- Os investimentos da China no Brasil
A China já é o maior parceiro comercial do Brasil, e isso não é por acaso. Nos últimos anos, empresas chinesas têm colocado muito dinheiro aqui, em áreas estratégicas. Alguns exemplos:
• Energia elétrica: a China comprou ou investiu em várias empresas de energia no Brasil, como a China Three Gorges (CTG), que controla usinas hidrelétricas e parques eólicos. O valor já passa de US$ 15 bilhões.
• Infraestrutura e logística: companhias chinesas participam de projetos de ferrovias, portos e concessões rodoviárias, buscando melhorar o escoamento da produção agrícola brasileira.
• Agronegócio: além de importar soja, milho e carne, empresas chinesas investem em processadoras de alimentos e armazéns no Brasil.
• Tecnologia e telecomunicações: a Huawei é um dos maiores exemplos, atuando em internet 5G, telefonia e centros de inovação.
• Mineração: a China também tem investimentos em minério de ferro, essencial para sua indústria siderúrgica.
Somando tudo, os investimentos chineses já ultrapassam US$ 80 bilhões no Brasil nos últimos 15 anos, tornando o país um dos principais destinos do capital chinês na América Latina.
- O que a China quer em troca nas suas relações comerciais com o Brasil?
A relação não é apenas de “amizade comercial”, mas de interesses bem definidos:
• Garantir alimentos: a China precisa alimentar 1,4 bilhão de pessoas. O Brasil é visto como parceiro confiável para soja, milho, carnes e café.
• Garantir energia e matérias-primas: petróleo, minério e eletricidade estão no centro da estratégia chinesa para manter seu crescimento.
• Expandir influência global: investir no Brasil faz parte da estratégia da China de aumentar sua presença na América Latina e equilibrar forças diante dos Estados Unidos.
• Oportunidades de mercado: o Brasil tem mais de 200 milhões de consumidores, o que interessa a empresas chinesas de tecnologia, veículos elétricos e bens de consumo.
- O que isso significa para o Brasil e seus empreendedores?
Para o Brasil, a relação com a China traz tanto oportunidades quanto desafios.
• Oportunidade: atrair investimentos, melhorar infraestrutura e abrir espaço para o empreendedor local aproveitar esse mercado.
• Desafio: não ficar apenas como fornecedor de commodities (soja, minério e petróleo), mas também desenvolver indústria, tecnologia e inovação próprias.
O Brasil pode aprender com a cultura chinesa que crescimento só acontece com visão de longo prazo, investimento em produtividade e abertura para o comércio mundial.
Em síntese: a China investe pesado no Brasil porque quer garantir alimentos, energia e matérias-primas, além de expandir sua influência. Para os brasileiros, o grande aprendizado é que empreender com visão de futuro, investir em inovação e reduzir barreiras são passos essenciais para transformar o país em uma potência não só agrícola e energética, mas também tecnológica.
Prof. Mário Augusto Teles
Economista
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