20 de novembro de 2025

Justiça do Piauí aceita denúncia contra promotor por exigir R$ 3 mi para arquivar processo contra empresário

A denúncia apresentada pelo MPPI acusa o promotor Maurício Verdejo e seu ex-assessor André Bispo de concussão, prevaricação, tráfico de influência e supressão de documentos.
Atualizado em 02/09/2025 09:30

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Tribunal de Justiça do Piauí (Foto: Divulgação/TJ-PI)

O Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI) aceitou uma denúncia contra o promotor de Justiça Maurício Verdejo Gonçalves Júnior e seu ex-assessor André Ricardo Bispo Lima.

Eles são acusados de cobrar R$ 3 milhões do empresário Junno Pinheiro Campos de Sousa para arquivar uma investigação e ajudar na absolvição em outro processo criminal.

Na denúncia, apresentada há um ano, no dia 2 de setembro de 2024, o promotor e o ex-assessor são acusados de concussão, prevaricação, tráfico de influência e supressão de documentos.

Segundo o Ministério Público do Piauí (MPPI), que apresentou a denúncia, os encontros entre os envolvidos aconteceram entre julho e agosto de 2024, em Cajueiro da Praia e Teresina.

O MPPI informou que, durante as negociações, o promotor disse ter influência no TJPI e em tribunais superiores, e que poderia “enterrar” provas e documentos sigilosos. As investigações apontam que, em 2 de agosto de 2024, o empresário foi até a casa do promotor para entregar parte do valor exigido.

Cinco dias depois, em 7 de agosto, o empresário voltou ao local e entregou R$ 500 mil. A Polícia Federal flagrou o encontro no condomínio do promotor. Em seguida, cumpriu mandado de busca e apreensão e encontrou R$ 896 mil na casa de Maurício Verdejo.

De acordo com as investigações, o ex-assessor André Ricardo colaborou com o promotor, orientando o empresário na redação de petições que seriam usadas para tentar arquivar o Procedimento Investigatório Criminal. O promotor também é acusado de bloquear remotamente seu celular após a apreensão, impedindo a perícia de acessar os dados — o que motivou a acusação de supressão de documento.

Diante da gravidade do caso, o MPPI pediu a prisão preventiva de Maurício Verdejo e a perda do cargo público. Na denúncia, o órgão destacou que os crimes ferem a dignidade da função ministerial e violam os princípios da legalidade e da moralidade administrativa.

O processo segue em andamento, sob acompanhamento do Ministério Público.


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