
Historicamente, a sexualidade tem sido amplamente associada a experiências negativas, a mitos, a tabus e a julgamentos morais. Falar de sexualidade positiva é valorizar o direito de usufruir da libido, do prazer, da satisfação e da autoestima sexual. Envolve também o direito de desfrutar de experiências sexuais livres de qualquer coerção e de violência. No entanto, as mulheres são a parte mais frágil da sexualidade em uma perspectiva que envolve desprazer, culpa e violência.
Desde cedo, as mulheres são instruídas de que a iniciação sexual inevitavelmente causa dor e sangramento. Além disso, elas são bombardeadas a respeito dos perigos da prática sexual como: o risco de gravidez indesejada, de infecções sexualmente transmissíveis e de violência sexual. Esse cenário é ameaçador para a experiência de práticas sexuais prazerosas para elas.
As instruções não param por aí. As mulheres também são ensinadas a aguardar a chegada de um parceiro masculino para despertar e validar o desejo sexual delas. Nesse contexto, o desejo sexual masculino deve ser o protagonista que autoriza o despertar da libido feminina. Consequentemente, há uma proibição subliminar para que as mulheres conheçam e acessem toda a potência do corpo erótico delas.
Assim, as mulheres entendem que devem ser um corpo para o outro desfrutar de prazer, ou seja, devem ser objetos de prazer para seus parceiros. Logo, elas aprendem a esperar que sejam seduzidas ou a performar para agradá-los e para corresponder ao desejo sexual deles. Esse cenário de submissão feminina é desolador para a perspectiva de práticas sexuais prazerosas para elas.
Priorizar o próprio prazer na vida é uma tarefa difícil para a maioria das mulheres. Sabe por quê? O cuidado com o bem-estar da família e de todos ainda é destinado majoritariamente às mulheres. Dessa forma, se estabelece o ciclo da culpa que aprisiona a sexualidade das mulheres, como:
- Sentir dificuldade em sentir prazer na vida sem culpa
- Aprender a ser boa moça para os outros, a reprimir a libido e os desejos
- Entender que as mulheres que têm desejo não são respeitadas
- Não receber educação para a sexualidade feminina
- Acreditar que as mulheres devem dar prazer aos homens
Na perspectiva da sexualidade positiva, veja como você pode ser protagonista do seu próprio prazer:
- Tome coragem para questionar o que aprendeu sobre o que é ser mulher
- Abra espaço para se empoderar do seu corpo e do seu prazer
- Faça as pazes com sua autoestima, se torne autônoma e liberta
- Aprenda a fazer escolhas e a falar o que você gosta e desgosta
Dra. Andréa Rufino – CRM/PI 2006, RQE 434 e 1484
Ginecologista e Sexologista
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