16 de outubro de 2025

Ex-assessora de Dr. Pessoa incluía beneficiários de esquema de corrupção em folha de pagamento de servidores em Teresina

As investigações apontam que os envolvidos eram inseridos indevidamente nas folhas de pagamento de servidores terceirizados, e os valores eram repassados à ex-servidora ou a pessoas indicadas por ela.
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Publicado há 1 dia

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Dr. Pessoa e sua ex-assessora Sol Pessoa (Foto: Reprodução)

A ex-assessora do prefeito Dr. Pessoa, Suelene Pessoa, conhecida como Sol Pessoa, foi presa nesta terça-feira (14) no âmbito da Operação Gabinete de Ouro, que investiga um esquema de corrupção na gestão municipal envolvendo pagamentos de fornecedores e lotação de servidores.

De acordo com o delegado Ferdinando Martins, coordenador do Departamento de Combate à Corrupção (Deccor), Sol Pessoa tinha controle direto sobre pagamentos, servidores terceirizados, definição de salários e lotação de empregados municipais. Segundo ele, a investigada também contava com motoristas e operadores financeiros que realizavam pagamentos em benefício próprio.

Coletiva de imprensa sobre operações deflagradas nesta terça-feira (14) (Foto: Alysson Camurça)

As investigações apontam que os envolvidos eram inseridos indevidamente nas folhas de pagamento de servidores terceirizados, e os valores eram repassados à ex-servidora ou a pessoas indicadas por ela. As ações da operação começaram em 2024, mas os desvios podem ter ocorrido desde 2021.

“Essa operação teve o objetivo principal de desarticular um grupo criminoso que desfalcou o patrimônio público dentro da antiga gestão do município de Teresina. Existia uma servidora pública de confiança, chefe de gabinete do prefeito, que dialogava com fornecedores e intermediava pagamentos e liberações de valores, mantendo uma atividade criminosa envolvendo terceiros e rachadinhas”, explicou o delegado Ferdinando Martins.

Ainda segundo o delegado, foi identificado um patrimônio expressivo adquirido pela investigada, considerado incompatível com seus rendimentos.

“Conseguimos demonstrar que havia vantagem indevida paga por empresas prestadoras de serviço, inclusive especializadas, que faziam pagamentos para essa servidora. O patrimônio dela e de outros envolvidos foi considerado incompatível com os ganhos comprovados”, completou.

Balanço da operação

Durante a ação, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão temporária e o sequestro de bens que totalizam cerca de R$ 75 milhões.

Entre os bens bloqueados pela Justiça estão imóveis de alto padrão, veículos e valores financeiros. O grupo utilizava servidores comissionados e terceirizados como operadores financeiros da organização criminosa.

Ex-vereadores investigados

Também nesta terça-feira (14) foi deflagrada a Operação Interpostos, que apura movimentações financeiras milionárias e suspeitas de lavagem de dinheiro em contratos com órgãos públicos e empresas privadas da Prefeitura de Teresina.

Stanley Freire (Foto: Divulgação)

Entre os investigados estão dois ex-vereadores, um deles identificado como Stanley Freire, ex-presidente da Fundação Cultural Monsenhor Chaves durante a gestão de Dr. Pessoa.

Segundo a delegada Bernadete Santana, responsável pela investigação, as apurações começaram após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificar transações atípicas feitas pelos investigados.

“São vultosos valores que estavam sendo transacionados, principalmente entre dois ex-parlamentares envolvidos, sendo que um deles movimentou, só no ano de 2022, cerca de R$ 5,2 milhões, e entre 2020 e 2023, a quantia de R$ 14 milhões”, afirmou a delegada.

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