
Lucy Brandão e Carlienne Carpaso
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Em assembleia na manhã desta quarta-feira (27), motoristas e cobradores decidiram parar a partir de zero hora desta quinta (28). A greve foi aprovada pela maioria dos participante da assembleia realizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintetro), no Centro da cidade.
De acordo com o presidente do Sintetro, Ajuri Dias, a principal reivindicação da categoria é a jornada de trabalho de 7h20 por dia. Atualmente, os motoristas e cobradores recebem por diária de R$ 30 reais. Dias explicou que a categoria precisa trabalhar três vezes na semana para receber o que antes ganhavam em apenas um dia de trabalho. Ainda segundo o presidente do sindicato, a situação se arrasta há meses e muitos trabalhadores passaram a viver de doações.
“Nós só queremos a convenção para garantir a segurança do nosso trabalho, da nossa jornada de trabalho, dos nossos benefícios. Não estamos pedindo reajuste, só a nossa convenção para regulamentar nossa jornada de trabalho, o salário e os benefícios. Não podemos mais viver assim, de receber diária. Nós só queremos regular nossa situação com o empresário, que já está recebendo os repasses. Estamos trabalhando do jeito e as horas que eles querem. Sem a convenção, não temos nada”, declarou Ajuri Dias.
Ainda de acordo com o presidente do Sintetro, a greve é por tempo indeterminado e só deverá ser encerrada com a assinatura da convenção coletiva. No período da greve, apenas 30% da frota determinada em ordem de serviço deve circular. O restante dos veículos ficarão parados nas garagens.
O que diz o Setut?
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) afirmou que não vê motivo para a greve, já que tem cumprido o acordo firmado com a prefeitura de Teresina e que, por lei, a Convenção Coletiva com os trabalhadores deve ser discutida em janeiro de 2022, que é a data base.
O Setut informou ainda que “tem realizado regularmente o cumprimento do acordo feito com a Prefeitura de Teresina, incluindo as questões trabalhistas com os motoristas e cobradores de ônibus”.
Ainda de acordo com o Setut, as empresas já efetivaram na semana passada o pagamento do acordo realizado em Jan/21 entre Prefeitura e Sintetro, no valor de R$ 720 mil, como também já iniciou o pagamento das folhas que estavam em atraso.
“A frota da ordem de serviço acordada com o ente municipal tem sido cumprida e foi toda colocada à disposição dos passageiros do transporte coletivo de Teresina. Dessa forma, a entidade não vê quaisquer motivos para uma possível paralisação dos serviços, por parte dos trabalhadores”, diz o comunicado.
Frota reserva
A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) informou que possui cerca de 240 veículos cadastrados para atender a necessidade dos usuários, e nenhuma região ficará desassistida.
“A Strans reforça que os veículos cadastrados irão fazer a mesma rota dos ônibus, seguindo a ordem de serviço e a rota já determinada, e que eles têm obrigação de cumprir a mesma rota dos ônibus existentes. Caso venham a descumprir, poderão perder o direito de circular. As operações de fiscalização serão feitas por meio de fiscais nas praças, nas ruas, e por meio de reclamações dos usuários”, esclarece o gerente de Planejamento e Transporte Público da Strans, Felipe Leal.