
Kelvyn Coutinho
kelvyn@tvclube.com.br
A crise econômica gerada pela pandemia resultou em uma alta na taxa de pessoas desempregadas no Brasil. O ajudante de pedreiro Pedro Rodrigues é um dos que fazem parte dessa triste estatística. Vivendo na localidade Quilombo, uma das áreas mais carentes da cidade de Picos, e sem trabalho há mais de um ano, Pedro não tem dinheiro para comprar comida e sobrevive apenas de doações.
“[Minha geladeira] está totalmente vazia, só tem um pouquinho de massa [de milho] e água. Eu fico sem saber o que fazer quando ele [o filho] pede uma merenda, uma bolacha, alguma coisa, e não tem. A gente está sem saber o que fazer”, disse o ajudante de pedreiro.
Foi para ajudar famílias como a de Pedro que em fevereiro de 2020, um grupo de voluntários da paróquia de São José Operário, do bairro São José, criaram a Pastoral da Boa Ação. Hoje, são 16 pessoas que arrecadam alimentos e levam sustento e solidariedade a quem não tem o básico para viver.
“Logo após [a criação da pastoral] veio a pandemia, mas nem por isso a Pastoral da Boa Ação desistiu. Nós continuamos e 2020 foi o ano que a gente mais atendeu pessoas necessitadas. No início da pandemia muitas pessoas ficaram desempregadas, motoristas de van escolar, mototaxistas, domésticas, secretárias, então a gente viu a necessidade de seguir com a pastoral, e graças a Deus atendemos um amplo grupo de pessoas necessitadas, várias famílias em situação vulnerável”, explicou Cícera Santos, coordenadora da Pastoral da Boa Ação.
Evanildo de Araújo é voluntário do projeto e conhece de perto a situação de pessoas que passam fome.
“Uma pessoa me pediu uma cesta básica e eu disse ‘a senhora pode vir amanhã, que é o dia da gente distribuir, mesmo a senhora não sendo cadastrada, mas a gente fornece uma cesta para você’. Ela olhou para mim e disse ‘moço, a fome não espera’”, contou Evanildo.
Todo alimento arrecadado pela pastoral é doado às famílias carentes da paróquia. Uma vez por mês, os voluntários percorrem as praças da cidade para distribuir marmitas.
Charles de Jesus é morador de rua há mais de 20 anos e é um dos beneficiados. “Agora são 11 horas e eu ainda não comi. Só Deus quem sabe”, comentou.
Pedro Rodrigues comemorou quando os voluntários da Pastoral da Boa Ação foram até a sua residência. “Quando o rapaz veio aí e pediu o nosso nome, a gente já ficou nessa expectativa de ser alguma coisa, alguma doação”, disse.
Saiba como doar
A Rede Clube divulgou a lista de instituições beneficiadas pela campanha “Prato Cheio — Alimente a Esperança”. As pessoas que quiserem fazer parte dessa corrente do bem já podem entregar suas doações em uma das instituições selecionadas em Teresina e no interior do Piauí.
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