Um dos grandes desafios das empresas hoje é garantir o bem-estar emocional dos colaboradores. Em um ambiente onde virtual e real se misturam e as incertezas e inseguranças aumentam, as pesquisas mostram que o número de pessoas afastadas do ambiente de trabalho por problemas emocionais vem aumentando.
E nesse mundo pós-pandemia saber trabalhar o bem-estar dos colaboradores vai ser fundamental para as empresas que querem se manter competitivas no mercado. A era dos diplomas dá lugar à gestão das emoções.
Gestão emocional é um desafio para as pessoas e para as empresas. Quando uma pessoa cai e quebra o braço ela procura um médico, mas quando o problema é emocional a tendência é encobrir, deixar para depois, dizer que está tudo bem!
Os dados da primeira pesquisa feita pela Fiocruz (2020) no cenário de pandemia do covid-19 merecem atenção. Dos milhares de entrevistados, 40% afirmaram estar tristes ou deprimidos, 44% ter problemas de sono e 50% sofrer com ansiedade e nervosismo.
Pesquisas mais recentes, já de 2021 já se voltaram para os afastamentos dos trabalhadores por problemas emocionais e o Brasil tem um dos mais altos do mundo, 67% das empresas tiveram pessoas afastadas por problemas emocionais.
Dados do Ministério do Trabalho e Previdência Social revelam que só no primeiro ano da pandemia quase 600 mil trabalhadores foram afastados alegando questões emocionais e comportamentais. Mais do que afastamentos por acidentes ou fraturas. Segundo o Fórum Econômico Mundial o Brasil é a quinta nação do mundo a ter mais trabalhadores nessa situação.
E dentro das empresas as principais causas são o clima organizacional negativo, o acúmulo de funções e o relacionamento ruim com a liderança. Aliás, líder ruim adoece e afasta a equipe; a pesquisa mostra que 41% dos trabalhadores já pensaram em sair de um trabalho por causa da convivência ruim com o chefe. O líder, mais do que qualquer outro deve estar preparado para lidar com as emoções dos colaboradores, é obrigação dele inspirar e liderar.
Nesse novo momento está sendo exigida uma nova postura das empresas, se antes tivemos uma época de preocupação com acidentes de trabalho ligados à área ergonômica e de segurança, agora é a hora de olhar para dentro do funcionário.
Sair do hábito de realizar apenas palestras e treinamentos esporádicos para a implantação de programas de bem-estar continuados dentro das empresas, como departamentos, coordenações, disponibilização de terapias em grupo ou individual, trabalhar a comunicação da empresa com mais transparência para gerar mais conexão e empatia entre todos e criar realmente um clima que favoreça a produtividade e o cumprimento de metas.
O colaborador também deve ficar mais atento; aprender que investir em autoconhecimento vai fazê-lo conseguir passar pelas pressões diárias da vida profissional e pessoal com mais equilíbrio.
Ao identificar as próprias emoções, o colaborador aprende a identificar momentos de fragilidade, de baixa autoestima, de raiva, de alegria, do que realmente o motiva a estar ali, pode reconhecer os próprios limites e também desenvolver uma das características mais necessárias nesse novo mundo; a empatia, se colocar no lugar do outro, julgar menos de forma negativa as ações dos colegas e assim construir um ambiente adequado de trabalho.
E ao desenvolver essas habilidades socioemocionais tão fundamentais entender que um colaborador com um currículo excepcional, mas com comportamento tóxico contamina toda uma cadeia de desenvolvimento produtiva e saudável.