7 de julho de 2025

Bebê transferida em boleira recebe alta; família precisa de leite

Redação

Publicado em 09/06/2022 11:02

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Bebê que viajou em boleira tem alta da maternidade – foto: arquivo pessoal

Depois de uma viagem improvisada dentro de uma boleira por 600 km, da cidade de Baixa Grande do Ribeiro até Teresina,  logo nas primeiras horas de vida, a bebê Elisa Vitória recebeu alta médica da Maternidade Wall Ferraz, na zona Sudeste da capital piauiense, na quarta-feira (8). Foram 56 dias de internação. Elisa chegou em Teresina acompanhada da mãe, Flávia Lira, no dia 13 de abril, após oito horas de viagem.

Flávia Lira comenta que foram momentos difíceis, mas tentou manter a esperança de que sua filha iria sobreviver.  Ela fala que o apoio da equipe multidisciplinar foi essencial nessa jornada pela vida da Elisa.

“Você passar 56 dias no lugar, passei muitos momentos difíceis e as meninas [enfermeiras e técnicas] estavam comigo, não somente como profissionais, mas como amigas. Tempos difíceis, que a gente aprendeu a amar”, disse Flávia Lira.
Mãe e filha agora vão retornar para a cidade natal. A despedida da maternidade foi comemorada por todos, com uma singela festa.

A mãe conta que a filha ficou tanto tempo internada no aguardo do peso ideal.  “Estávamos dependendo dela atingir 1.600 kg. Estava faltando apenas 15 gramas para completar o peso ideal para alta, quando a Elisa teve anemia e precisou fazer transfusão de sangue, mas ela acabou atingindo 1.785 kg e a médica liberou”, acrescenta.

Doação de Leite

Elisa está sem sequelas, mas vai continuar com cuidados especiais.  O tratamento também será feito em Teresina e a família pede por doações para o leite especial que Elisa vai precisar tomar por um determinado período.

“Infelizmente eu não tenho condições para bancar o leite dela, por isso eu peço ajuda. Graças a Deus ganhamos roupinhas e outros utensílios do enxoval do pessoal da maternidade”, disse.

Recém-nascida foi transferida dentro de uma boleira de Baixa Grande do Ribeiro até Teresina – foto: arquivo pessoal

Nascimento

Elisa nasceu prematura na cidade de Baixa Grande do Ribeiro pesando apenas 1 kg e precisou ser transferida às pressas para uma maternidade em Teresina. Como o município não possui UTI neo-natal, o transporte da criança teve que ser feito em um recipiente plástico usado para guardar bolo. Nele, foi adaptada a entrada de oxigênio para a bebê resistir à viagem de mais de 600 km até a capital. Para a mãe, Flávia Lira, que teve Elisa aos seis meses de gestação, a filha é um milagre.

O nascimento aconteceu no dia 12 de abril e a criança se recupera bem, na Maternidade Wall Ferraz, zona Sudeste de Teresina. Para a mãe Flávia Lira, o nascimento da filha foi um milagre. Ela temeu pela vida da filha já que nasceu com apenas 26 semanas de gestação, o que corresponde a seis meses.

“Eu não estava acreditando que ela iria nascer. Eu senti uma dor, mas não imaginava que iria ter a neném. Foi desesperador. Hoje, é um milagre e posso dizer que ela mudou a minha vida”, disse a mãe, na época.

Flávia sentiu as contrações umas 17h do dia 12 de abril, quase duas horas depois, a Elisa nasceu. “Em todos os momentos, eu pensei que ela nasceria morta. Eu não queria nem olhar. Quando eu escutei ela chorar, foi que eu olhei e vi que ela estava viva. Daquele momento em diante, minha fé aumentou. Eu disse: minha filha vai viver sim”, conta emocionada.

Depois do parto, começou uma correria contra o tempo para dar assistência médica à filha. O hospital municipal de Baixa Grande do Ribeiro não tinha estrutura de receber a bebê. As cidades vizinhas não tinham unidade de tratamento intensivo pediátrica disponível. A solução foi transferi-la para a capital. Foi uma viagem longa.

Recém-nascida foi transferida dentro de uma boleira de Baixa Grande do Ribeiro até Teresina – foto: arquivo pessoal

Incubadora improvisada

A equipe médica adotou uma incubadora improvisada para que a recém-nascida fosse transferida com maior segurança.

A bebê está em uma UTI pediátrica em uma maternidade na zona Sudeste de Teresina e está evoluindo bem, após 15 dias da transferência inusitada. O médico Rhuan Serra acompanhou todo o processo.

“A gente teve a ideia porque o hospital de pequeno porte não possui uma incubadora de transporte. A gente fez uma adaptação através de uma forma de bolo e colocou o oxigênio garantindo que ela ficasse com a respiração protegida até chegar em Teresina”, contou o médico.

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