8 de junho de 2025

Rapper Velho Bad lança clipe e valoriza riquezas da grande Santa Maria

Francine Dutra

Publicado em 03/09/2022 16:34

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Foto: reprodução/Redes Sociais

A grande Santa Maria, na zona norte de Teresina, é rica em diversidade de cores e riqueza. Pensando nisso, o rapper Velho Bad, lançou na terça feira (30), o clipe Cuba, unindo a música à elementos cheios de vida e representatividade para valorizar a cultura da região.

Para o artista, mostrar o bairro e as vivências, é mostrar a verdadeira realidade de Teresina. “Cuba foi exatamente para mostrar a Santa Maria. Tenho aqui como Cuba, além de Cuba estar passando por momentos difíceis ele é um país tropical, se for comparar Cuba com Santa Maria dá pra ver uma diversidade de cores que aqui também tem, a diversidade de pessoas que aqui também tem e é por isso que eu fui gravar na Jericodipi, quase ninguém sabia que existia até sair no jornal e ser feito o clipe”.

Atualmente, a criminalidade coloca a região em destaque na imprensa local e acaba esquecendo que a arte e a cultura é viva dentro das periferias. Bad comenta que também é importante desviar esse olhar e tentou focar em outros aspectos que mostram as belezas da área.

Passei dois anos parado estudando como eu ia fazer pra voltar e botar a Santa Maria no espaço que é para ter. Querendo ou não, em jornal, em rede social, o que se mais fala é sobre a violência da Santa Maria, que só tem ladrão, e ninguém fala da quantidade de artista que a gente tem, da quantidade de profissionais que aqui tem, dos locais”, revela.

Outros clipes do artistas também foram feitos em locais da região com o EP. Números. O bairro Dandara dos Cocais, que antes era apenas uma ocupação, foi palco do vídeo, além da famosa Casa de Barro, residência de uma moradora da região, que transformou o local em uma ONG voltada para a valorização juvenil da comunidade.

O rapper ressalta que, desde que se mudou para a zona norte, tudo é inspiração para os seus clipes. “Passou da ponte tudo é arte. Eu sempre falo “o rap nasce aqui”, passou da ponte você vive e respira o rap, o trap e a vivência da rua, então todos os lugares da santa maria inspiram. Cresci lá na zona sul, minha mãe ganhou uma casa no Jacinta e a gente passou a morar aqui. Quando eu conheci, a Santa Maria virou um paraíso pra mim, ela tem uma energia inexplicável. Se você for na zona sul, zona leste, zona sudeste, eles vão saber que você é da zona norte elas te identificam pela forma que de falar, pela roupa que veste, pelas tuas atitudes. A santa maria já é a própria inspiração”.

Dono de uma estética diferente e notória, Velho Bad fala que seu trabalho possui uma identidade introspectiva feita para a comunidade. “As pessoas falam assim ‘o público do Bad é da quebrada, é do gueto’, já me contratam com essa proposta ‘ó a gente está te chamando porque teu público é da quebrada, e vai chamar a galera de comunidade’, e agora estou lançando umas coisas que estão atingindo todos os públicos. Mas o rap e trap, é de comunidade é de quebrada, é para quebrada, foi feito pra isso. Poucas pessoas querem ouvir a realidade, o que está acontecendo, querem festejar e eu não estou aqui pra fazer som de festa eu estou mostrar o que é que é a santa maria, trazer a quebrada”.

Cenário de rap/trap local

Para quem gosta de escutar um bom som nos estilos rap e trap, não imagina que, além das vivências sofridas pelos artistas da periferia, os mesmo ainda contam com a dificuldade na inserção no mercado musical.

“O rap é muito marginalizado. O mercado aqui em Teresina para rap e trap está se abrindo agora. Mando meus projetos para várias casa de shows, projeto lines pra poder fazer e a maioria não é aceita, agora que os empresários estão vendo que está viralizando, que tá todo mundo falando, que eles tão começando a chamar. Acho que perceberam que tem como ganhar dinheiro, para falar a verdade eles só pensam no dinheiro, a cultura em si quem faz é o artista e as pessoas que escutam, as vezes quem contrata geralmente nem conhece o artista”, avalia Velho Bad.

De acordo com o cantor, falta estudo e educação de todo mundo, tanto na parte do contratante, quanto na parte do público para valorizar a cultura e os artistas locais. O rapper ainda diz que a capital ainda será reconhecida nacionalmente por grandes artistas.

“O que mais ouço nas minhas redes sociais é que se eu tivesse fora de Teresina, já tinha dado certo, isso não pode acontecer aqui? O que tem com o público e contratantes daqui que não valorizam, está faltando qualidade? Não! Os artistas daqui estão excelentes em um patamar nacional, tanto em qualidade de música, quanto em letra, clipe, em tudo e com tudo que está por vir, que está sendo preparado e montado, vai ser impossível o cenário nacional não conhecer e reconhecer Teresina como ápice do rap e trap”.

Veja o clipe Cuba:

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