
A falta de testes para diagnóstico da tuberculose está causando a subnotificação da doença no Piauí, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi).
A vice-presidente do Conselho de Secretarias Municipais do Piauí (Cosems), Leopoldina Cipriano, revelou que os 224 municípios do estado têm enfrentado dificuldades para realizar exames e enviar ao Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí (Lacen).
“O município tem que coletar no município e referenciar pro Lacen, já que nas regiões não há nenhum laboratório habilitado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que garanta o resultado. Ou tem que fazer a aquisição desses exames na rede privada, pagando para poder garantir ao usuário a testagem”, explicou.
Em 2021, foram notificados 1.015 casos, destes, 745 são novos, segundo o Programa Estadual de Controle da Tuberculose e da Hanseníase da Sesapi. A supervisora do Programa, Ivone Venâncio afirmou que o Piauí tem casos que não foram identificados e que dento da realidade dos 224 municípios, somam-se mais de 600 casos por ano.
“O Piauí tem subnotificação de casos. Não é que não existam os casos, os casos existem, mas não foram identificados. Dentro da realidade dos 224 municípios, somam-se mais de 600 casos por ano”, disse.
Em 2019, o índice de mortalidade da doença era de 1,6 para cada 100 mil habitantes. Já em 2020, aumentou para 2 a cada 100 mil habitantes. Para o médico infectologista Nayro Ferreira, o diagnóstico precoce é uma das formas de reduzir a taxa.
“Precocemente, a gente consegue pegar casos ainda iniciais, consegue tratar e reduzir o número de óbitos. Não existe remédio vendido em farmácia, o tratamento é dado pelo SUS. Tuberculose ainda é uma doença que mata muito no Brasil, tanto criança como adultos jovens, como idosos”, concluiu o médico.