Por Gisela Brito*
O diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia (aumento de açúcar no sangue) e associadas a complicações. Esta condição se configura como um dos mais sérios problemas de saúde pública em todo o mundo, não só em função de suas possíveis complicações graves, agudas e crônica, mas, também, em resultado dos altos custos sociais e financeiros.
Nossa população é carente de informações sobre o diabetes mellitus e sua prevenção. Muitos mitos ainda pairam sobre a doença. Quando diagnosticado com diabetes, a pessoa e toda sua rede de apoio deve ser encorajada pelos profissionais de saúde em buscar conhecimentos e desenvolver habilidades para um bom controle da doença.
A educação em diabetes, como já dizia em 1930 o médico Elliot P. Joslin, não é somente parte do tratamento em diabetes, é o próprio tratamento. Educar não se resume apenas ao fornecimento de informações acerca de sinais e sintomas. O educador em diabetes deve propiciar estratégias para mudança de comportamento, identificando o problema (como o diabetes afeta o seu dia a dia?), explorando os sentimentos (como você se sente em relação ao diagnóstico?), estabelecendo objetivos (o que você quer para a vida está alinhado com o futuro que a doença não tratada pode trazer?), organizando um plano (o que você fará?) e avaliando o resultado (o que você fez funcionou?).
A complexidade da educação em diabetes é acrescida de outros fatores que influenciam em suas decisões, pois as pessoas com diabetes buscam diferentes cuidados e tratamentos, além dos indicados pelos profissionais de saúde. O processo educativo deve originar-se na maneira como as pessoas com DM percebem sua vida e promovem suas ações de cuidado, considerando que o significado que cada um dá a seus sintomas e sua resposta emocional está influenciado por sua própria história e lugar onde vive.
Perceber as pessoas, conhecer aquilo que acreditam, os papéis que desempenham, seus hábitos e sua situação socioeconômica, irá permitir a construção de um processo educativo pertinente capaz de gerar mais autonomia, de modo a se constituírem como agentes de sua saúde.
Segundo Freire (2002) “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelos mundos”.
Educação para proteger seu futuro é o tema da Campanha Novembro Diabetes Azul. As atividades desenvolvidas pela Associação dos Diabéticos do Piauí se concentrarão em destacar a necessidade de melhor acesso à educação em diabetes.
*Membro da Associação dos Diabéticos do Piauí – ADIP. Profissional de Educação Física, Educadora em Diabetes Mellitus/ADJ/IDF.
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