Emanuel Pereira*
emanuelpereira@tvclube.com.br
A Polícia Federal instaurou, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), um inquérito para investigar a conduta de Silvinei Vasques, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, em relação aos atos bolsonaristas ocorridos após o resultado das eleições presidenciais. Manifestantes bloquearam rodovias de todo o país por não aceitarem a derrota de Jair Bolsonaro no segundo turno.
Um dia após a eleição, o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que a PRF e a Polícia Militar dos estados agissem para desbloquear as rodovias, sob o argumento de que este ato fere o direito constitucional de ir e vir.
O diretor-geral da PRF é suspeito de cometer prevaricação, crime cometido por funcionário público ao indevidamente retardar a execução de uma lei ou determinação judicial, ou simplesmente descumpri-las, para satisfazer interesses pessoais ou sua própria vontade.
Além da demora para coibir as manifestações nas rodovias, muitos vídeos, nos quais a polícia demonstra apoio à ação dos partícipes, circularam pelas redes sociais.
Na última semana, a Polícia Rodoviária Federal negou qualquer omissão ou apoio aos atos bolsonaristas, que interromperam o tráfego de veículos em várias estradas brasileiras. Em coletiva de imprensa, diretores da PRF também afirmaram foram surpreendidos pela forma como os protestos se espalharam, pois, em apenas 4 horas após o resultado do segundo turno, 134 interdições, bloqueios e pontos de concentração de manifestantes já eram registrados em diferentes rodovias.
Conduta de Vasques no segundo turno
A Polícia Federal, a pedido do Ministério Público Federal, também vai apurar a legalidade da conduta da PRF durante o segundo turno das eleições, ocorrido no dia 30 de outubro. Muitos eleitores foram impedidos ou chegaram atrasados aos seus locais de votação porque equipes policiais estavam fiscalizando possíveis irregularidades em veículos.
Caso seja comprovado que estas ações foram comandadas por Silvinei Vasques, ele poderá responder pela prática criminosa de violência política.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Malu Barreto.
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