
Emanuel Pereira*
emanuelpereira@tvclube.com.br
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) se pronunciou, nesta quinta-feira (12), por meio de uma coletiva de imprensa, a respeito do “Programa Passe Livre”, proposto pela Prefeitura da capital para instituir gratuidade dos ônibus à população de baixa renda.
Conforme o SETUT, os quatro consórcios contratados pela Prefeitura compareceram, individualmente, a reuniões com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (STRANS), nas quais tiveram conhecimento sobre o programa “tarifa zero”.
ACEITAÇÃO DA TARIFA ZERO
O vice-presidente do sindicato, Marcelino Lopes, afirma que a proposta ainda está em análise, mas ressalta a importância de aplicar a gratuidade da passagem para os usuários.
“Nós soubemos ontem (11) sobre esse projeto e ainda estamos avaliando. Mas a ideia é muito interessante, pois já está sendo discutida em âmbito nacional e o governo federal está disposto a buscar subsídios para as cidades, por meio do Ministério dos Transportes”, disse.
Mesmo otimista, o vice-presidente também ressalta que é importante ter cautela e não implementar o passe livre de imediato. Segundo ele, é necessário avaliar os contratos e saber quem vai financiar o projeto, visto que os subsídios repassados às empresas de ônibus devem triplicar.
“Precisamos discutir questões contratuais e discutir o financiamento desse programa. Todos sabem que a prefeitura não tem condições de repassar um subsídio mensal para as empresas de transporte público, que deve ficar três vezes maior com a implementação da tarifa zero”, destacou.

QUALIDADE DO TRANSPORTE
Outro item bastante questionado é a qualidade do transporte coletivo. Usuários temem uma possível redução da frota e, consequentemente, a superlotação dos ônibus. Para Marcelino Lopes, essa questão está diretamente ligada ao pagamento de motoristas e cobradores.
“A qualidade do transporte gratuito vai estar relacionada com a remuneração recebida pelos operadores. Atualmente, a qualidade é baixa, principalmente porque a prefeitura não está repassando os subsídios corretamente”, pontuou.
Apesar de considerar a proposta interessante, o vice-presidente também acredita que fazer maior investimento no transporte coletivo poderia ser uma alternativa mais econômica que aplicar a tarifa zero.
“Talvez fique mais barato para os cofres públicos melhorar a qualidade que instituir esse programa, mas é preciso fazer contas e buscar exemplos de cidades que implantaram a tarifa zero. Saber como foi planejado e se deu certo ou não”, finalizou
*Estagiário sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso.
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