Um servidor público estadual, de aproximadamente 60 anos, é apontado como o autor do duplo homicídio dos adolescentes encontrados mortos em uma rodovia estadual que liga as cidades de Teresina e União. Ele prestou depoimento para a Polícia Civil do Piauí na terça-feira (25) e, segundo o delegado geral, Luccy Keiko, teria confessado o crime. O servidor não ficou preso, pois não havia mandado de prisão.
Ele é tio do empresário J. P. de C. G. R, que teve mandado de prisão temporária cumprido ontem (25) pela equipe do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), suspeito de participação no crime. O empresário seria proprietário do carro usado para transportar os adolescentes até o local onde eles foram encontrados mortos. O empresário identificado como foi solto logo após prestar esclarecimento.
Os adolescentes e amigos Luian Ribeiro de Oliveira (15 anos) e Anael Natan Colins (17 anos) foram mortos no dia 13 de novembro de 2021, mas os corpos foram encontrados somente no dia 15 de novembro de 2021. Eles foram vistos pela última vez durante uma festa em um sítio na BR-343, que está localizado próximo da residência do servidor público.
As informações são do delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Luccy Keiko, que concedeu entrevista à TV Clube, na manhã desta quarta-feira (26).
De acordo com o delegado, o empresário narrou o momento do crime durante depoimento e apontou alguns nomes. A polícia chegou até o empresário tendo como pista o carro.
“Nós identificamos o tio e o primo, filho desse tio, e as pessoas que estiveram na casa e tiveram contato com os menores. Esse tio assume a autoria do homicídio, um indivíduo de aproximadamente 60 anos. E diz que matou os menores, foi ouvido, chorou, confessou o crime”, disse o delegado sobre o tio, que já prestou depoimento.
O tio e primo do empresário não estão presos. “Nós conseguimos desvendar isso, praticamente ontem de tarde. Não tinha mandado de prisão. Vamos chegar a versão de cada um. Ele está assumindo a responsabilidade de ter feito só, tomado a decisão sozinho, de ter executado a vítima. Isso que deve ser o foco principal agora. Saber realmente quem são todos os indivíduos, que tiveram a intenção de matar a vítima”.
O primo não admitiu a autoria do crime durante depoimento.
SOLTURA
O empresário teve o mandado temporário de prisão revogado, após cumprida a diligência de depoimento, mas o delegado geral explicou que isso não quer dizer que um mandado de prisão preventiva não seja cumprido.
“Esse crime é complexo, com poucas testemunhas em razão do horário e do local onde as vítimas foram executadas. Ainda temos muito a fazer para saber se todos os presentes na casa foram ou não ao local que eles foram executados. Vamos investigar com cautela para tomar as medidas necessárias”.
CRIME
Até ontem (25), segundo o delegado, a polícia civil só tinha uma suspeita do carro utilizado no crime.
“Após a prisão, esse empresário, depois de ser interrogado, resolveu contar o que teria ocorrido. Ele narra que na madrugada do dia do crime, ele teria recebido a ligação de um tio, cuja residência fica ligada a uma casa de show, e esses menores estariam lá dentro por algum motivo”.
“Ele chegou à casa desse tio; foram encontrados (os adolescentes) imobilizados por um tio e um primo, filho desse tio”, disse o delegado.
O empresário relatou aos policiais que o “tio estava armado e pediu o carro emprestado para levar os garotos para resolver o assunto”.
“Nesse momento, o tio levou até o local onde os garotos foram brutalmente executados”, disse o delegado.
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