A jogadora piauiense Kedma Laryssa, que é meio-campo do FC Kryvbas Women, está na Ucrânia, e fala que o “medo é muito grande” ao vivenciar pela primeira vez a invasão de tropas militares russas no país.
O ataque russo começou nesta quinta-feira (24), iniciando uma guerra no leste europeu, e gerou repercussão em todo o mundo. Essa é considerado o maior ataque a um país desde a 2ª Guerra Mundial. Há relatos de pelo menos 40 mortes e dezenas de feridos.
Kedma Laryssa mora em Kryvyi Ri, no sudeste da Ucrânia, e joga futebol na Primeira Divisão do Campeonato Ucraniano de Futebol Feminino. Ela e a equipe estão em um hotel, após saírem da casa em que moram por estar localizada próximo a uma base militar. A informação, inicialmente, é de que os ataques russos estão concentrados nessas bases.
Ela conta que mora em uma cidade pouco afastadas das primeiras áreas atacadas pelas tropas russas. A jogadora está na Ucrânia desde agosto de 2021. O transporte público e aéreo está restrito. O presidente da Ucrania, Volodymyr Zelensky, pediu para que as pessoas fiquem em casa. Outras, se quiserem, ele pediu que busquem por uma base para se alistar e lutar pela independência do país.
“Até então, onde moro não teve nenhum ataque. Graças a Deus, estamos todos bem. Estamos em um hotel da equipe. (Eles) tiraram de perto de onde a gente morava, que era perto de uma base. A gente tem notícia de que eles estavam apenas as bases da Ucrânia, alguns aeroportos que tinha aviões do exército. A gente não sabe de muita coisa”.
A jogadora – em vídeo – tranquiliza os familiares e amigos afirmando que, por hora, tudo está bem.
“Nossa família está preocupada porque é uma coisa que a gente nunca viu. É a primeira vez que vejo isso acontecer. O medo é muito grande, mas queria tranquilizar a todo mundo, família e amigos, que está tudo bem. E pedir para que isso passe logo”, diz.
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Rússia X Ucrânia
A crise mais recente entre os governos da Rússia e da Ucrânia iniciou no fim de 2021, mas, na última segunda-feira (21), o presidente russo Vladimir Putin reconheceu as regiões de Donetsk e Luhansk como repúblicas independentes da Ucrânia, além de autorizar o envio de militares russos para ‘manter a paz’ nas regiões separatistas do país.
As ameaças contra a Ucrânia se intensificaram após o país mostrar interesse em ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Brasileiros na Ucrânia
Pelo menos 500 brasileiros vivem na Ucrânia, segundo o embaixador do Brasil no leste europeu, Norton de Andrade Mello Rapesta. Cerca de 20 brasileiros, que estão presos em um hotel na capital Kiev, pedem ajuda à embaixada brasileira para deixar o país.
“Os brasileiros que não puderem deixar o país de modo seguro, a embaixada orienta a procurar um lugar seguro para o momento longe de bases militares, instalações responsáveis pelo fornecimento de energia internet e áreas responsáveis pela produção de energia elétrica”.
A Embaixada do Brasil em Kiev recomenda que brasileiros que estejam em condições de deslocar-se por meios próprios para outros países ao oeste da Ucrânia que o façam tão logo possível, após informarem-se sobre a situação de segurança local.
Aos brasileiros em Kiev: – a recomendação das autoridades ucranianas, no momento, é de não tentar sair da capital, tendo em conta grandes engarrafamentos nas saídas da cidade. Solicita-se aguardar novas instruções da embaixada.
Aos brasileiros nas regiões na margem esquerda do rio Dnipro (leste do país): – os que não puderem seguir viagem para oeste por meios próprios ou de modo seguro devem deslocar-se para Kiev e contatar a embaixada assim que possível pelo plantão consular +380 50 384 5484.
Viagens à Ucrânia neste momento são fortemente desaconselhadas.
Risco a ordem mundial
A Embaixada da Ucrânia no Brasil afirmou que a invasão russa no país é um ato de guerra. Os ataques buscam destruir o estado ucraniano para tomar o território à força, estabelecendo o controle da ocupação. Confira a nota:
“A Ucrânia apela à comunidade internacional para que aja imediatamente. Somente passos unidos e decisivos podem parar a agressão de Vladimir Putin contra a Ucrânia. Nossos parceiros devem ativar imediatamente um pacote de novas sanções. Apelamos também às capitais amigas, para que continuem fortalecendo as capacidades de defesa de nosso Estado, fornecendo armas e equipamentos militares. A nossa resposta conjunta depende agora não só da segurança dos cidadãos ucranianos, mas também da segurança dos cidadãos em toda a Europa e do futuro da ordem mundial”, diz a nota.
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