28 de outubro de 2025

Quadras de areia: teresinenses relatam no Twitter surto de bicho geográfico

Publicado em 21/04/2022 19:00

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Bicho geográfico, doença causada por larva de parasita. (Foto: Reprodução/UFMG)

Kelvyn Coutinho*
kelvyn@tvclube.com.br

Nas últimas semanas, relatos de teresinenses têm tomado as redes sociais sobre casos de bicho geográfico, uma doença causada pela larva de um parasita que se desloca pela pele causando inflamação. Os relatos que circulam a internet associam a doença com a popularização da prática de esportes em quadras de areia em Teresina, como vôlei de praia e beach tennis..

Segundo o médico dermatologista Yuri Nogueira Chaves, o parasita vive no intestino de cães e gatos e é transmitido para o ser humano por meio das fezes dos animais.

“Bicho geográfico é um nome popular dado a uma doença que a gente chama de larva migrans. Essa doença é provocada por um parasita da família Ancylostoma, os dois principais são o Ancylostoma brazilienseAncylostoma caninum. O parasita vive no intestino dos cães e gatos e, quando esses animais defecam em algum ambiente, os ovos dos parasitas ficam nas fezes. Se eles encontram um ambiente favorável, eles se desenvolvem e eclodem. A larva fica no solo e pode penetrar na pele das pessoas”, disse.

Yuri Nogueira afirma que, diferente de outros parasitas que se alojam no intestino e até na corrente sanguínea do hospedeiro, a larva do bicho geográfico fica na pele, onde se desloca formando um trajeto com aparência de mapa geográfico, daí o nome da doença.

“A larva não vai penetrar na corrente sanguínea, nem vai para o intestino, mas ela fica se deslocando no tecido subcutâneo, na pele da pessoa que entrou em contato. Esse deslocamento do parasita provoca uma inflamação intensa, com dor, coceira e pode resultar em quadros bem importantes de inflamação, às vezes até de alergia”, explicou.

Conforme o médico, os principais sintomas são coceira e dor no local devido ao deslocamento da larva no tecido subcutâneo da pele.

“Bicho geográfico: o famoso verme de cachorro. A nova febre em Teresina graças a penúltima febre em Teresina, o beach tennis. Confere? Só para eu aumentar o leque de zoação com o beach tennis mesmo”, escreveu um internauta no Twitter. “Já não basta surto de dengue e chiku [chikungunya], gestão do Dr. Pessoa, greve, buraco e chuva, Teresina agora tá em surto de bicho geográfico”, comentou outro.

De acordo com o dermatologista, os casos podem estar relacionados com ambientes com areia, já que o parasita encontra condições favoráveis para se desenvolver nesse tipo de solo, mas que não está restrito só a esses locais.

“Temos percebido um aumento importante da procura por conta dessa queixa. Principalmente em relação ao beach tennis, que é um esporte que está crescendo muito não só no Piauí, mas no país todo, e é praticado na areia, então é um ambiente muito favorável para o desenvolvimento dessas larvas. Essa larva é encontrada principalmente em solos com areia, que oferecem condições de temperatura e umidade favoráveis para o ovo do parasita, mas não só nestes locais. Quando eclode, a larva fica lá e a pessoa entrando em contato com este solo contaminado acaba desenvolvendo a doença”, contou Yuri.

“A maneira de tentar prevenir isso seria quando você tivesse entrando em contato com estes lugares onde transitam muitos cachorros e gatos, é importante sempre usar calçados, principalmente evitar o contato direto com o solo contaminado”, reforçou.

O tratamento da doença é feito com o uso de medicamentos antiparasitários por via oral, além de cremes e pomadas para tratar a inflamação na pele.

Dermatologista alerta para cuidados em quadras de areia

Yuri Nogueira orienta aos praticantes de esportes em quadras de areia que tomem uma série de cuidados ao adentrar nesses locais, assim como devem se certificar que os espaços sejam de confiança e sigam normas sanitárias para evitar a proliferação dos parasitas.

“A principal maneira de prevenir, principalmente para pessoas que frequentam quadras de vôlei de praia ou de beach tennis, é que procurem locais confiáveis. Locais que têm um tratamento químico na areira, que acaba impedindo o desenvolvimento da larva. Além disso, locais onde é proibido transitar cachorro e gato, fechados, para evitar que os animais penetrem e acabem defecando na areia”, disse.

“Existem alguns calçados especiais específicos para uso durante a prática desses esportes: como se fosse uma meia que tem uma borracha por baixo. O uso desses calçados é recomendado principalmente se você está indo para uma área que é aberta e não tem isolamento ou algum tipo de tratamento no solo”, finalizou o médico.

*Sob supervisão da jornalista Malu Barreto.

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