
Emanuel Pereira*
emanuelpereira@tvclube.com.br
O Portal ClubeNews, por meio da série “Mulheres que Brilham”, conheceu o projeto Arte na Praça, realizado no município de Campo Maior, a 86 km de Teresina. Em honra ao dia do artesão, comemorado no dia 19 de março, esta matéria especial vai contar a história desta iniciativa que surgiu de forma despretensiosa durante uma conversa em um barzinho e, agora, apoia o trabalho artesanal de muitos profissionais da região.
A artesã Gildene Cardoso, conhecida como Dene, foi ao estabelecimento com a amiga, Elisabeth, que ensinou a jovem de 24 anos a trabalhar com biscuit. Durante a diversão, as duas conversaram sobre a realização de uma feira de artesanato com muitos participantes, em um espaço público.
Dene não levou tão a sério, mas, ao acordar no dia seguinte, viu o celular cheio de mensagens da amiga, empolgada com a criação do evento.
“Ela me enviou vários áudios para falar que deveríamos fazer essa feira, porque a gente teria a oportunidade para expor nossos trabalhos e daríamos essa chance a outras pessoas também, além de promover a cultura de Campo Maior”, disse.
Nascia, então, o projeto “Arte na Praça”, que realiza sua sétima edição neste domingo (19). O evento é realizado mensalmente, na Praça Valdir Fortes, centro da cidade, para proporcionar lazer e cultura aos campomaiorenses.
REALIZAÇÃO DA FEIRA
A primeira edição da iniciativa ocorreu em 7 de agosto de 2022, um dia antes do aniversário do município. Tudo foi pensado de forma estratégica pelas idealizadoras.
“Como era uma data comemorativa, houve festa e o fluxo de pessoas na cidade aumentou. Então, aproveitamos para divulgar nossos trabalhos”, declarou Dene.
O projeto é mantido inteiramente pelos artesãos, sem apoio do poder público nem de empresas privadas. Cada interessado em participar do projeto “Feira na Praça” contribui com o valor simbólico de R$ 15 para cobrir algumas despesas, como aluguel de som, crachás e montagem de cenários.
Ou seja, tudo acontece somente graças à dedicação destes profissionais, que almejam expandir seus trabalhos e promover a valorização do artesanato de Campo Maior.
“Tudo é feito a partir de recursos próprios. Mesas e cadeiras são levadas por cada empreendedor se inscreveu na edição do projeto. Já fizemos algumas pequenas parcerias, mas não recebemos nenhum recurso de empresas ou da administração pública”, afirmou.
IMPACTO SOCIAL
A ideia surgida durante uma conversa de amigos em um barzinho cresceu tanto que fomenta o trabalho de aproximadamente 60 empreendedores de Campo Maior e outros municípios. Uma delas é a Luanna Vasconcelos, produtora de temperos artesanais desde 2017.
Assim como muitas pessoas, a história dela no mundo dos negócios começa pela necessidade. A empreendedora de 31 anos ficou desempregada e tomou a iniciativa de vender os temperos feitos pela sua mãe, Lúcia. Luanna conta que caminhava pelos bairros da cidade para vender às donas de casa e comerciantes e, ao conquistar resultados positivos, investiu ainda mais nas vendas.
Além de possuir clientes em outras cidades, como Teresina, ela também é uma das empreendedoras contempladas com a realização do “Arte na Praça”. Luana garante que o projeto causa um grande impacto social na região.
“Sou muito feliz e grata por ter a chance de participar deste grupo, que me fez conhecer novas pessoas e ajudou a estimular a venda dos meus produtos. Esse grupo é formado por gente batalhadora e com histórias de vida incríveis”, frisou.
A coordenadora Dene demonstra grande satisfação com o desenvolvimento da iniciativa, que está cumprindo o propósito de valorizar o artesanato de Campo Maior. Mesmo sem apoio financeiro, cada membro do projeto se esforça para ver as feiras acontecerem.
A cada edição do evento, novos ideias aparecem e o anseio de ver o “Arte na Praça” prosperar cresce ainda mais.
“Pretendemos oferecer cursos para perpetuar os trabalhos artesanais em Campo Maior. O grupo tem muitos planos a este projeto e não pretendemos ficar somente na praça. Já fizemos exposições em alguns festejos e vamos mostrar nosso trabalho em muitos outros lugares”, revelou Dene.
*Estagiário sob supervisão da jornalista Carlienne Carpaso
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