
Eduardo Amorim e Jonas Carvalho
eduardoamorim@tvclube.com.br
O presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Charles da Silveira, concedeu entrevista nesta terça-feira (29) ao Portal ClubeNews e detalhou a reunião com técnicos do Ministério da Saúde, que vieram a Teresina para tentar conter a crise no Hospital São Marcos, que suspendeu atendimentos oncológicos que eram financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo Charles, os técnicos federais primeiro se reuniram com o secretário estadual de Saúde, Antônio Luiz, e, em seguida, com representantes do poder municipal. Posteriormente, eles também se encontrariam com representantes do Hospital São Marcos.
“Temos avançado no sentido de encontrar uma solução. Estamos fazendo uma discussão de natureza técnica. É de conhecimento da população de Teresina e do Piauí que nem a Prefeitura nem o Governo do Estado têm recursos para aumentar o repasse ao hospital”, afirmou.
O presidente da FMS relatou ainda que o secretário executivo do Ministério da Saúde apresentou propostas que serão repassadas aos responsáveis pelo Hospital São Marcos, com o objetivo de criar um itinerário a ser cumprido para evitar a paralisação dos tratamentos oncológicos em Teresina.
Dívidas e questionamentos
Sobre a declaração do prefeito Silvio Mendes, que apontou um uso indevido de R$ 30 milhões pelo hospital, Charles explicou que há um débito de R$ 31 milhões, que foi judicializado. Segundo ele, de 1º de janeiro a 12 de abril deste ano, o Hospital São Marcos recebeu R$ 32.205.413,73, dos quais R$ 7.243.300,77 foram descontados, referentes a um empréstimo consignado com garantia de produção dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).
Charles também destacou que, durante a gestão anterior, foi assinado um contrato para um repasse extra de R$ 650 mil, mas o pagamento não foi feito por 11 meses. “Quando assumimos, encontramos a Saúde em situação caótica, o que não nos permitiu retomar esse pagamento”, disse.
Repasses insuficientes
O Hospital São Marcos alega que o repasse do SUS não é suficiente para manter os atendimentos. Por outro lado, Charles da Silveira reforçou que os valores são definidos pelo Ministério da Saúde, e não pelos poderes municipal ou estadual. Segundo ele, o governo federal estuda a criação de novos mecanismos para reduzir filas em todo o Brasil.
Apesar disso, o presidente da FMS afirmou que, na reunião, não foi definido um aumento nos repasses ao Hospital São Marcos, mas sim uma reformulação no modelo de financiamento.
“É uma situação complexa, que não se resolve de uma hora para outra. A matriz financeira do hospital está falida. Então, temos que encontrar outros mecanismos de financiamento para o Hospital São Marcos, e é isso que todos estão buscando”, explicou.
Segundo Charles, após o encontro com todos os envolvidos, previsto para o final da tarde, será definido o encaminhamento necessário para buscar uma solução o mais rápido possível, já que pacientes estão sendo prejudicados com a interrupção dos atendimentos.
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