
A Justiça do Piauí autorizou a extração de dados do aparelho celular apreendido com o estudante de Enfermagem preso em flagrante no dia 28 de maio, durante uma operação do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Ele foi detido com 30 tabletes de substância análoga à cocaína, encontrados no bagageiro do veículo que conduzia.
A decisão que autorizou a extração dos dados foi assinada pelo juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto, conforme consta nos autos do processo. O magistrado fundamentou o pedido da polícia destacando que “o pedido se mostra proporcional e razoável, diante da gravidade do fato e da necessidade de obtenção de provas para a completa elucidação do crime”.
A extração visa acessar registros de chamadas, mensagens, imagens e outros dados que possam ajudar a polícia a aprofundar a investigação sobre a possível ligação do estudante com uma organização criminosa com atuação no estado.
Segundo o delegado Charles Pessoa, coordenador do Draco, os tabletes de droga apreendidos chamaram atenção por conterem imagens impressas, entre elas, a foto de um ministro da Bolívia. O delegado explicou que essa prática é comum entre organizações criminosas para indicar a origem e o destino da droga, sem, necessariamente, envolver a autoridade retratada.
A investigação também apura o possível vínculo dos envolvidos com a facção Comando Vermelho. Conforme apurado, outros alvos monitorados mantêm relações com o grupo criminoso. O estudante segue preso e foi autuado em flagrante por tráfico de drogas.
Estudante alega dívida com facção
O estudante de Enfermagem preso com 30 tabletes de cocaína relatou, em depoimento prestado na sede do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco), que transportava a droga para quitar uma dívida de R$ 4 mil com uma facção criminosa. A prisão ocorreu na noite dessa quarta-feira (28), durante uma abordagem no Posto da Tabuleta, na zona Sul de Teresina.
Em seu depoimento, o jovem afirmou ser usuário de maconha e haxixe e que aceitou realizar o transporte da droga como forma de quitar a dívida. Segundo ele, os entorpecentes foram entregues em Imperatriz (MA), e esta seria a quarta vez que fazia o transporte para a mesma organização criminosa.
“O valor que eles iam descontar de mim era R$ 3.000, pois na verdade eu que estava devendo eles. Estava devendo R$ 4.000 e ia ficar só R$ 1.000. Posteriormente eu faria algo para pagar o valor restante”, relatou.