
A Câmara de Teresina entrou na reta final do primeiro semestre das atividades legislativas com três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) em andamento e ainda sem conclusão. A estimativa é que o recesso parlamentar inicie na segunda quinzena do mês de julho.
A primeira CPI foi instalada no mês de março para investigar o contrato de concessão dos serviços de abastecimento e coleta de esgoto pela empresa Águas de Teresina. O prazo regimental de vigência da comissão é de 90 dias.
No decorrer dos meses, a relação conturbada entre os vereadores componentes da comissão ficou evidente à população após trocas de acusações em plenário e bate-boca acalorado nas redes sociais. Além disso, as oitivas chegaram a ser suspensas após o relator, vereador Joaquim do Arroz (PT), viajar para a China.
Presidida pelo vereador Petrus Evelyn (Progressistas), a comissão já sabatinou o ex-presidente da Agência de Regulação dos Serviços Públicos de Teresina (Arsete), Edvaldo Marques, e o atual gestor do órgão, Edson Melo.
Rombo bilionário
No dia 3 de junho, a Câmara instalou da CPI do déficit financeiro, para investigar o rombo de mais de R$ 3 bilhões nas contas da prefeitura de Teresina, conforme apontado pelo prefeito Silvio Mendes (União Brasil).
O grupo já se reuniu com representantes do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Piauí, para colaborar com o levantamento de dados. O relator da CPI é o vereador Fernando Lima (PDT).
“Demonstraram interesse em contribuir com o que for necessário, especialmente em relação aos dados técnicos e à análise da legalidade de operações financeiras realizadas nos últimos anos”, destacou o presidente da CPI, Dudu (PT).
Problema no lixo
Visando investigar o problema dos processos licitatórios da concessão dos serviços de coleta e tratamento do lixo em Teresina, a Câmara instalou a CPI do lixo. A equipe vai analisar contratos emergenciais e pagamentos realizados desde 2017.
Paralisação momentânea
A pausa temporária nos trabalhos só deve iniciar a partir da aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, que define as metas e prioridades da gestão para o exercício financeiro do próximo ano. A matéria precisa ser aprovada para que a Câmara inicie a discussão sobre o orçamento no segundo semestre.
Enquanto isso, as atividades da CPI também deverão ser suspensas até o retorno do funcionalismo do Poder Legislativo.