3 de julho de 2025

Padrasto matou adolescente grávida após companheira negar ter filho com ele

Ramon Silva Gomes foi indiciado por feminicídio e aborto, já que Victoria estava grávida.

Letícia Lima

Estagiária
Publicado há 3 dias

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Maria Victoria (Foto: Reprodução)

Ramon Silva Gomes matou a enteada Maria Victória, de 15 anos, após a sua companheira negar ter um filho com ele. Conforme o delegado João Ênio, titular da delegacia de Itaueira, o suspeito enxergava a gravidez da adolescente como um possível “obstáculo” para a relação com a mãe dela.  

A investigação apontou que o casal tentava gerar um filho, mas ao saber da gravidez da filha, a companheira dele interrompeu o processo, voltando a tomar anticoncepcional. Além disso, Ramon não aprovava o relacionamento de Victória com o pai do bebê, costumava a interferir na rotina da adolescente, o que levou a um desgosto de Maria Victoria em relação ao padrasto.

O padrasto da vítima foi indiciado por feminicídio e aborto, já que Victoria estava grávida. Ele está preso preventivamente na Penitenciária de Vereda Grande e nega a autoria dos crimes. 

“Quando eles souberam da gravidez da Victoria, no mesmo mês do crime, foi até cogitada a separação. A mãe interrompeu a tentativa de engravidar, a contragosto de Ramon, em uma decisão unilateral”, disse o delegado.

Pegada de sangue é a principal prova do crime

A pegada formada com sangue de adolescente morta foi decisiva para que a Polícia Civil prendesse o padrasto da vítima como principal suspeito do crime, segundo delegado.

A polícia acredita que no intervalo em que a mãe de Vitoria teria saído para ir até uma catequese na igreja que frequentava, Ramon deixou a casa dos pais, na zona rural de Itaueira, foi até a casa da companheira e logo após o crime teria voltado a residência dos pais. 

“Fizemos um relatório do local do crime e uma pegada formada com o sangue da vítima, próxima ao corpo, foi condizente com o tamanho do pé dele”, explicou o delegado João Ênio. 

O delegado afirmou categoricamente que o suspeito, poderia estar, sim, no local do crime. O suspeito alegou em depoimento que estaria em uma área sem sinal de cobertura no momento da morte de Victoria, no entanto, o seu telefone estava conectado ao modem da casa da companheira, significando que ele estava presente na casa na hora do crime. 

Relembre o caso: 

Maria Victória, de 15 anos, foi encontra morta dentro de sua residência, em 24 de março, em Itaueira. Ela estava grávida de cinco meses. 

A Polícia Milita foi acionada por vizinhos que escutaram os gritos da mãe da jovem. Os policiais insolaram a área e acionaram a perícia criminal. O corpo de Maria foi levado ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Floriano. 

A exumação do corpo de Maria Victoria apontou nove perfurações no hemitórax esquerdo e que o crânio da adolescente foi afundado na parte frontal e na lateral, possivelmente com um objeto contundente. Um novo exame, desta vez de DNA, foi solicitado para confirmar a paternidade do filho da adolescente, que foi atribuída ao ex-namorado de Maria.

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