
A Academia Piauiense de Letras (APL) elegeu neste sábado (30) dois novos imortais. O professor Marcelino Leal Barroso de Carvalho ocupará a Cadeira nº 13, enquanto a artista plástica Cecília Mendes foi escolhida para a Cadeira nº 24.
A presidente da APL, Fides Angélica Ommati, ressaltou que a eleição reafirma a vitalidade da instituição, destacando que os novos membros vão contribuir para a tradição literária do Piauí.
“A eleição de Marcelino Barroso e Cecília Mendes reafirma a vitalidade da nossa Academia. Eles trazem não apenas suas obras, mas suas trajetórias marcadas pelo compromisso com o saber, com a arte e com a cultura”, afirmou.
Trajetórias
Marcelino Leal Barroso de Carvalho é graduado em Direito e Filosofia pela UFPI, especialista em Bioética e Direitos Humanos pelo ICF e mestre em Direito Público pela UFPE. É autor e coautor de artigos em periódicos científicos, livros técnicos na área tributária e capítulos de obras especializadas.
Também publicou artigos em jornais e revistas institucionais. Atuou como assessor especial da Presidência da APL e é instituidor e mantenedor do Museu do Divino de Amarante (PI). Como diletante, dedica-se ainda às artes plásticas.
Já Cecília Mendes é professora, poeta, historiadora e artista plástica. Sua trajetória multifacetada une docência, criação literária e expressão artística, traduzindo o compromisso com a memória cultural e a vitalidade da produção intelectual do Piauí.
Eleições
Na disputa pela Cadeira nº 13, Marcelino Barroso obteve 26 votos, superando o poeta José Milton Moura Borges, que recebeu 6 votos, e o poeta Adalto Ayres de Aguiar, que teve 1 voto. Houve ainda um voto em branco.
Já para a Cadeira nº 24, a escolhida foi Cecília Mendes, professora, poeta, historiadora e artista plástica, que recebeu 32 votos. A escritora Safira Bringel Avitabile obteve 1 voto.
O pleito ocorreu das 8h às 11h, sob condução da Comissão Eleitoral da APL, formada por Reginaldo Miranda da Silva (presidente), José Elmar de Mélo Carvalho (1º secretário), Magno Pires Alves Filho (2º secretário), Carlos Evandro Martins Eulálio (3º secretário) e Dilson Lages Monteiro (4º secretário).
Membros anteriores
A Cadeira nº 13 da Academia Piauiense de Letras foi ocupada por Pedro da Silva Ribeiro, intelectual de Guadalupe (PI), que marcou presença na vida cultural e acadêmica do Piauí e de Brasília. Professor, romancista, contista e historiador, deixou como legado obras de impacto como Vento Geral (1982) e Sol Poente (1985), onde a sobriedade estilística se alia à escuta sensível dos dramas humanos. Sua partida, aos 95 anos, em junho deste ano, encerrou um ciclo de lucidez e elegância que engrandeceu a Casa de Lucídio Freitas.
Pedro Ribeiro também foi educador em instituições centenárias de Teresina, como a Escola Normal “Antonino Freire” e o Colégio “Sagrado Coração de Jesus”, além de dirigir o Colégio “Eurípides de Aguiar” em 1960. Em Brasília, seguiu como professor universitário da Fundação Educacional do Distrito Federal e desempenhou funções no Tribunal de Contas da União.
A Cadeira nº 24, por sua vez, foi ocupada por Niède Guidon, uma das mais notáveis arqueólogas do país e referência internacional no campo. De origem franco-brasileira, dedicou sua vida à pesquisa científica e à preservação cultural da região de São Raimundo Nonato, conduzindo descobertas que redefiniram a compreensão sobre a presença humana nas Américas. Seu trabalho resultou na criação do Parque Nacional da Serra da Capivara, hoje Patrimônio Cultural da Humanidade reconhecido pela Unesco.
Niède fundou o Museu do Homem Americano e o Museu da Natureza, consolidando a Serra da Capivara como polo de memória e identidade nacional. Autora de vasta produção intelectual, deixou obras de referência que unem ciência e história. Sua morte, aos 92 anos, em junho, foi sentida não apenas pela APL, mas por toda a comunidade científica e cultural.
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