
Quantas vezes pensamos no sono apenas como um momento de pausa? Na verdade, ele é um dos pilares da aprendizagem e do desenvolvimento infantil. Durante o sono, o cérebro organiza informações, consolida memórias e se prepara para novos desafios. É por isso que, ao falar de educação e saúde emocional, precisamos falar também de dormir bem.
Como já destacava Piéron (1913), pioneiro nos estudos do sono, esse estado fisiológico é indispensável para a recuperação do organismo e para a restauração das funções cerebrais. Pesquisas mais recentes, como as de Diekelmann e Born (2010), confirmam que é durante o sono que ocorre a consolidação da memória e a reorganização das conexões neuronais, o que torna possível aprender de forma significativa.
Quando não dormimos o suficiente, todo esse processo é interrompido. Isso se reflete em dificuldades de atenção, falhas na memória e até mesmo em prejuízos emocionais. Matthew Walker (2017), neurocientista e pesquisador do tema, aponta que a privação do sono aumenta os riscos de ansiedade, depressão e comprometimento na tomada de decisões. Já Damásio (1996) nos lembra que emoção e cognição caminham juntas, ou seja, noites mal dormidas afetam tanto a clareza de raciocínio quanto o equilíbrio emocional.
Na minha experiência clínica, vejo que crianças e adolescentes que não têm um padrão adequado de sono tendem a apresentar mais dificuldades escolares, além de maior irritabilidade e baixa tolerância a frustrações. Isso reforça a importância de compreendermos que aprender não é apenas um ato pedagógico, mas um fenômeno integrado, que depende também de fatores biológicos e emocionais.
Cuidar da higiene do sono, portanto, é cuidar do desenvolvimento humano em sua totalidade. Como já afirmaram Lima e Reimão (2008), a qualidade do sono é um dos pilares da saúde mental e do desempenho cognitivo. Eu acrescento: dormir bem é um investimento silencioso, mas poderoso, no nosso cérebro e no nosso futuro.
E aqui deixo meu convite especial aos pais: repensem a rotina de seus filhos. O sono não deve ser visto apenas como um momento de descanso, mas como parte essencial da aprendizagem e da saúde emocional. Estabelecer horários regulares, reduzir estímulos antes de dormir e valorizar esse momento pode transformar a forma como seus filhos aprendem, convivem e se desenvolvem.
Por Dra. Nathanya Moraes – Psicopedagoga Clínica
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