
“Naquele momento, dia 02 de agosto, que nunca vamos esquecer, a nossa vida mudou porque entramos em um pesadelo”. O relato é da médica Lara Medeiros, irmã do médico ortopedista Albert Medeiros, apontado como autor de um homicídio que não cometeu.
O crime: assassinato de uma pessoa em situação de rua, morta no dia 02 de agosto, em uma praça de Teresina. A irmã conta que o médico estava saindo para academia quando teve o carro “fechado” por uma equipe da polícia que o obrigou a voltar para casa, onde ele [Dr.Albert] mora com a mãe.
“Abordaram a minha mãe perguntando onde era o quarto dele, reviraram tudo e ela não entendia porque isso estava acontecendo com o filho dela. Ela perguntava e diziam que ele [médico] estava sendo acusado de assassinato. Ele [médico] dizia o tempo todo ‘mãe fique calma, eu não fiz nada, eu só vou lá na delegacia, dá meu depoimento e vou voltar e vai ficar tudo bem’”, contou a médica Lara Medeiros.
Entretanto, nem o médio ou a família sabiam que a condução à Delegacia já se tratava da própria prisão. Segundo a irmã, o médico foi pressionado a confessar um crime que não cometeu.
“Não somos da área do Direito e não sabíamos que se tratava, na verdade, da prisão. Colocaram ele [médico] em uma cela e foi pressionado a confessar o crime e dizer quem era o cúmplice. Ele [médico] dizia ‘eu não tenho como dizer e dá o nome de ninguém porque eu não sei porque estou aqui. Eu tenho que trabalhar à tarde, eu tenho 30 pacientes agendados para atender, como esses pacientes vão ficar? O que eu vou dizer para eles?’”
Agora, a família descreve a sensação de alívio após a investigação ser concluída e se ser provado que o médico estava em um restaurante jantando com a família no dia do crime.
Para o advogado da família, Norberto Campelo, no dia da prisão, foram feitas solicitações à família do resgate de informações sobre a localização do médico, no dia e horário, do ocorrido.
“A polícia conseguiu concluir, não só que o Dr. Albert não teve qualquer participação neste crime, mas conseguiu elucidá-lo por completo dando assim uma resposta à sociedade e à própria família; o Albert que sofreu com tudo isso. O desfecho foi positivo e agora é buscar as reparações necessárias”, finalizou o advogado que representou o médico.
Empresário e vigilante são presos
O empresário e fisioterapeuta, Hitalo Vinicius Nogueira de Almeida, e o vigilante de empresa privada, Sandro de Lima Freitas, foram presos preventivamente, na terça-feira (7), suspeitos de assassinar o morador de rua, Francisco Eudes, conhecido como “Cabeludo”, em 24 de abril de 2022, na praça João Luís Ferreira, no Centro de Teresina.
Em agosto deste ano, o médico ortopedista, Albert Basílio Mendes, foi preso por engano pelo crime, que está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.
Segundo o delegado Jorge Terceiro, os suspeitos presos possuem vínculo, pois Sandro tem um relacionamento com a mãe do Hitalo. Eles confessaram o crime e deram sua versão dos fatos.
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