
Malu Barreto e Eric Souza
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Uma criança de 7 anos denunciou que estava sendo vítima de estupro e pediu ajuda ao professor nesta quinta-feira (16). A menina é aluna da Escola Municipal Clodoaldo Freitas, no bairro Pedra Mole, zona Leste de Teresina.
De acordo com Nathalia Freitas, advogada das vítimas, o suspeito do crime, um programador de 36 anos, é tio da garota e teria feito mais quatro vítimas, totalizando cinco crianças: três meninos e duas meninas, entre 7 e 13 anos. Ele seria tio e padrinho de três delas.
A advogada, acompanhada de dois professores da escola, foi à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) para requerer a prisão preventiva do suspeito que, segundo ela, já morou fora do país, possui passaporte e tem “grandes chances de fugir”.
Nathalia disse ainda que a primeira denúncia foi feita em maio deste ano, quando a escola teria acionado o Conselho Tutelar. Os pais, porém, teriam invalidado o relato da menina, afirmando que ela estava em uma fase de “inventar histórias”.
“Fizemos o primeiro boletim de ocorrência em outubro. E hoje estamos trazendo o quinto caso, ou seja, a quinta vítima desse mesmo autor. Tem um vídeo, gravado por uma professora, que a criança fala basicamente o que ela passou, o que ele fazia, com uma riqueza de detalhes absurdos que não teria a possibilidade dessa criança inventar, por mais que estivesse em uma fase de criar histórias”, explica a advogada ao Portal ClubeNews.
A criança vai ser levada para o Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Sexual (Samvvis), na Maternidade Evangelina Rosa, onde será submetida a exames. Constatado o crime, o caso será encaminhado ao Ministério Público do Piauí (MP-PI).
O professor de outras duas vítimas, que não quis se identificar, percebeu que uma das crianças estava sempre “passando mal” e decidiu averiguar o que estava acontecendo. A mãe disse que a criança tinha desenvolvido ansiedade devido a um problema familiar.
“Investigando, nós descobrimos que o problema familiar, de fato, é porque a criança estava sendo aliciada, assediada por um parente. E aí foi quando a gente começou a ir um pouco mais a fundo na investigação e fizemos relação desse caso, dessas duas, três crianças, com o primeiro caso dessa outra criança. Então nós conseguimos fazer uma correlação dos casos e nós encaminhamos o caso para o Ministério Público e para a DPCA”, contou.
A advogada informou que, em um dos casos, já há medida protetiva, a qual pretende solicitá-la para as demais famílias. “Os casos de estupro, na grande maioria, ocorrem realmente dentro do seio familiar. São tios, avós, pais, padrastos. É infelizmente o mais comum”, alertou.