7 de junho de 2025

Irmão e filho do suspeito de matar advogada por disputa de terras são presos

Adelaido está foragido desde o dia do crime. Já o filho e o irmão dele foram presos temporariamente por suspeita de participação no crime.

Mayrla Torres

Repórter
Publicado há 2 dias

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Irmão e sobrinho são presos suspeitos de matar advogada por disputa de terras no Piauí (Foto: PC-PI)

O filho e o irmão de Adelaido Gomes Celestino, apontado como principal suspeito de matar a tiros a própria irmã, a advogada Valdenice Gomes Celestino Soares, foram presos, nesta quinta-feira (5), durante a operação Cupiditas, realizada pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI).

Segundo a Superintendência de Operações Integradas (SOI), os dois são suspeitos de terem ajudado Adelaido a cometer o crime, ocorrido em 3 de março deste ano, na zona rural de Paulistana (PI). A principal linha de investigação aponta que o assassinato foi motivado por conflitos familiares envolvendo a divisão de bens.

Adelaido está foragido desde o dia do crime. Já o filho e o irmão dele foram presos temporariamente por suspeita de participação no crime: o filho teria ajudado na fuga do pai, enquanto o irmão, que mora em Goiânia (GO), é apontado como o mentor intelectual do assassinato.

A operação cumpriu sete mandados de busca e apreensão — quatro em Paulistana e três em Goiânia — além dos dois mandados de prisão temporária. Um dos suspeitos foi preso em Paulistana, e o outro, em Goiânia.

A polícia também investiga se a arma usada no crime foi enviada de Goiânia para Adelaido, por meio do irmão.

A delegada Thainah Souza Teixeira, titular da Delegacia de Paulistana, informou que a Justiça já decretou a prisão preventiva de Adelaido. “A medida foi determinada diante da gravidade do crime, da tentativa de fuga e do risco às testemunhas. Seguimos em diligências para localizá-lo e garantir sua responsabilização perante a lei”, afirmou.

Valdenice Gomes Celestino Soares (Foto: Facebook)

Suspeita de premeditação

A Secretaria Estadual de Segurança (SSP) apontou que “o inquérito policial revela que Valdenice foi emboscada e morta com diversos disparos de arma de fogo, principalmente na região do pescoço, quando retornava de uma visita à sua propriedade, acompanhada da irmã e do neto. Ela havia ido consertar uma cerca que frequentemente era danificada por Adelaido”.

Conforme o inquérito, “testemunhas relataram que a vítima vinha sofrendo ameaças constantes dos irmãos, que não aceitavam sua atuação como inventariante no processo de partilha de terras da família. Familiares apresentaram áudios e mensagens atribuídas ao irmão preso, com frases como: ‘isso não se resolve na Justiça, mas sim na bala’”.

A SSP afirma que “o companheiro da vítima relatou ainda que, em 2021, foi alvo de uma tentativa de homicídio por parte dos irmãos dela. Outro parente reforçou que, após a morte da matriarca, os irmãos passaram a agir com violência e autoritarismo, especialmente contra Valdenice, que assumiu a liderança no processo judicial de inventário”.

Envolvimento dos investigados na fuga e destruição de provas

As investigações apontam que o filho de Adelaido teve participação direta na fuga do pai, sendo visto em uma motocicleta nas proximidades do local do crime e em outro município no mesmo dia, vestindo roupas semelhantes às descritas por testemunhas. Relatórios indicam que seu celular estava conectado ao mesmo ponto de internet utilizado por Adelaido na localidade do crime, contradizendo seu depoimento prestado à polícia.

O irmão preso, por sua vez, é investigado como o responsável por instigar o irmão, que está foragido, a cometer o assassinato. “Há indícios de que ele teria pressionado Adelaido por mensagens, cobrando uma ‘solução’ para o conflito com Valdenice. A polícia também investiga se a arma usada no crime foi enviada por ele”.

A Polícia Civil também investiga o sumiço do celular da vítima. Os investigadores trabalham com a hipótese de destruição ou ocultação de provas, possivelmente por parte dos próprios suspeitos.

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