
Matéria escrita pela estagiária Letícia Lima com supervisão do jornalista Eduardo Amorim
O comandante do Policiamento Metropolitano, coronel Pitombeira, afirmou nesta segunda-feira (9), em entrevista à TV Clube, que o quartel da Polícia Militar não tem estrutura adequada para receber a vereadora Tatiana Medeiros (PSB), presa pela Polícia Federal em abril. O policial justificou que a falta de estrutura pode ter contribuído para a entrada do celular e do tablet apreendidos com a parlamentar.
Segundo o comandante, a vereadora, que está presa há mais de dois meses, é formada em Administração e Direito, e a legislação determina que, em caso de prisão, ela seja mantida em uma sala de Estado-Maior. A Polícia Militar adaptou uma sala no Quartel do Comando-Geral da PM do Piauí para a custódia da parlamentar, mas ressaltou que o local não possui estrutura adequada para mantê-la detida.
“Infelizmente, aqui não temos a estrutura necessária. Como se diz, temos um sistema prisional, por onde já passei, com tecnologias como raio X, body scan, entre outras, que servem para detectar a entrada de materiais ilícitos”, disse o coronel.
Durante o período em que Tatiana esteve presa no quartel, policiais encontraram um celular e um tablet, que ela usava para manter contato com familiares, advogados, assessores e com o namorado, apontado como líder de uma facção criminosa. A suspeita é de que o advogado da vereadora tenha sido o responsável por entregar o aparelho.
“A questão aqui é responsabilizar quem introduziu esse celular. O erro está nisso. E nela [Tatiana Medeiros], que sabia que não poderia ter. Pelos relatórios que vimos na imprensa, ela chegou a conversar com o namorado, que também está preso. Não tem um mal que não traga um bem. Através desse celular chegaram muitas informações que podem prejudicar ela”, reforça.
Relembre o caso:
A vereadora Tatiana Medeiros foi presa pela Polícia Federal no dia 3 de abril, durante a segunda fase da Operação Escudo Eleitoral. Segundo a PF, a campanha que garantiu sua eleição para a Câmara Municipal de Teresina, em outubro de 2024, foi financiada com recursos ilícitos de uma facção criminosa.
No dia 22 de maio, a vereadora, seu companheiro Alandilson e outras sete pessoas — entre elas, familiares e assessores — viraram réus por corrupção eleitoral, organização criminosa e outros crimes.
Durante o tempo em que esteve detida no Quartel do Comando-Geral, Tatiana passou mal e precisou ser internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e no Hospital da Polícia Militar (HPM). Em razão do seu estado de saúde, a juíza da 1ª Zona Eleitoral de Teresina, Júnia Maria Feitosa, determinou a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar.
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