9 de junho de 2025

PM diz que Quartel do Comando Geral não tem estrutura adequada para receber Tatiana Medeiros

O policial justificou que a falta de estrutura pode ter contribuído para a entrada do celular e do tablet apreendidos com a parlamentar.

Eduardo Amorim

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Publicado há 3 horas
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Letícia Lima

Estagiária

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Matéria escrita pela estagiária Letícia Lima com supervisão do jornalista Eduardo Amorim

O comandante do Policiamento Metropolitano, coronel Pitombeira, afirmou nesta segunda-feira (9), em entrevista à TV Clube, que o quartel da Polícia Militar não tem estrutura adequada para receber a vereadora Tatiana Medeiros (PSB), presa pela Polícia Federal em abril. O policial justificou que a falta de estrutura pode ter contribuído para a entrada do celular e do tablet apreendidos com a parlamentar.

Tatiana Medeiros (Foto: Arquivo Pessoal)

Segundo o comandante, a vereadora, que está presa há mais de dois meses, é formada em Administração e Direito, e a legislação determina que, em caso de prisão, ela seja mantida em uma sala de Estado-Maior. A Polícia Militar adaptou uma sala no Quartel do Comando-Geral da PM do Piauí para a custódia da parlamentar, mas ressaltou que o local não possui estrutura adequada para mantê-la detida.

Coronel Pitombeira (Foto: TV Clube)

“Infelizmente, aqui não temos a estrutura necessária. Como se diz, temos um sistema prisional, por onde já passei, com tecnologias como raio X, body scan, entre outras, que servem para detectar a entrada de materiais ilícitos”, disse o coronel.

Durante o período em que Tatiana esteve presa no quartel, policiais encontraram um celular e um tablet, que ela usava para manter contato com familiares, advogados, assessores e com o namorado, apontado como líder de uma facção criminosa. A suspeita é de que o advogado da vereadora tenha sido o responsável por entregar o aparelho.

“A questão aqui é responsabilizar quem introduziu esse celular. O erro está nisso. E nela [Tatiana Medeiros], que sabia que não poderia ter. Pelos relatórios que vimos na imprensa, ela chegou a conversar com o namorado, que também está preso. Não tem um mal que não traga um bem. Através desse celular chegaram muitas informações que podem prejudicar ela”, reforça.

Tatiana Medeiros teve sua prisão preventiva convertida em prisão domiciliar dois meses após ser presa, em abril deste ano.

Relembre o caso:

A vereadora Tatiana Medeiros foi presa pela Polícia Federal no dia 3 de abril, durante a segunda fase da Operação Escudo Eleitoral. Segundo a PF, a campanha que garantiu sua eleição para a Câmara Municipal de Teresina, em outubro de 2024, foi financiada com recursos ilícitos de uma facção criminosa.

Tatiana já foi indiciada por seis crimes: organização criminosa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica eleitoral, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e peculato-desvio (rachadinha).

No dia 22 de maio, a vereadora, seu companheiro Alandilson e outras sete pessoas — entre elas, familiares e assessores — viraram réus por corrupção eleitoral, organização criminosa e outros crimes.

Durante o tempo em que esteve detida no Quartel do Comando-Geral, Tatiana passou mal e precisou ser internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e no Hospital da Polícia Militar (HPM). Em razão do seu estado de saúde, a juíza da 1ª Zona Eleitoral de Teresina, Júnia Maria Feitosa, determinou a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar.

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