O momento de alegria e celebração entre amigos e familiares pode se transformar em um turbilhão de sentimentos negativos relacionados ao final do ano, com a chegada das tradicionais festas: Natal e Réveillon. Essa mistura de sentimentos tristes pode está ligada à “Síndrome do Fim do Ano” ou “Dezembrite”.
Sim, se você está passando por diversos questionamentos direcionados à sua vida pessoal, ao trabalho, aos amigos e os companheiros, é bem provável que possa estar vivenciando essa síndrome, que é muito mais comum do que se imagina.
Essa síndrome, apesar de não ter descrição específica nos manuais oficiais de psicólogos e psiquiatras, já é estudada por profissionais da saúde pelos seus agravantes.
A psicóloga Kalina Galvão explica que estudiosos usam a nomenclatura de síndrome por trazer consequências negativas à vida do homem.
O encerramento de ciclos que o final de ano se refere a dificuldade que algumas pessoas têm nos processos de elaboração de fim de ciclos: “por trazer idealizações, questões que foram feitas, metas que foram planejadas, mas não foram cumpridas”, cita a psicóloga.
“Essa visualização de que ‘não fiz’ ou do que ‘eu preciso encerrar para iniciar algo novo’ traz desgastes emocionais, e algumas pessoas também podem ter desgastes físicos”, acrescenta a psicóloga.
Esses sentimentos de frustração, tristeza e decepção podem se sobrepor, por exemplo, ao da alegria, das conquistas e das comemorações que o fim de ano pode proporcionar às pessoas. E isso vai desempenhar uma interferência direta na qualidade de vida dessas pessoas.
Solidão e redes sociais
A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou, no início deste ano, que a depressão e a ansiedade são os transtornos que estão mais afetando as pessoas, incluindo no Brasil.
Conforme a psicóloga Kalina Galvão, uma das grandes questões para o aumento dessas doenças é o desenvolvimento tecnológico, que faz com que as relações sociais sejam afetadas.
“O Brasil já ultrapassou outros países em questão de consumo rede social, principalmente o Instagram. Na rede social o que é postado só é aquilo que nós queremos expor, aquilo que outras pessoas ditam como algo belo e que são, muitas vezes, é um recorte da realidade, encobrindo o real”, conta.
Com essa idealização de vida perfeita, segundo a psicóloga, “muitas pessoas começam a comparar a própria vida com outras. A solidão e o isolamento nada mais são do que uma consequência dessas impossibilidades. Empregos, relacionamentos, corpo dos sonhos, muitas vezes são irreais e inalcançáveis”, acrescenta.
Dicas para novos ciclos
A psicóloga Kaline Galvão lembra: nunca é tarde para cuidar da saúde, tanto física, quanto mental.
Além disso, é importante frisar que todos devem priorizar a saúde mental acima de qualquer coisa. Demandas de cobranças excessivas tem que ser percebidas para evitar problemas futuros.
Exemplos disso são vistos no dia-a-dia, como a obrigatoriedade de ceias em famílias, confraternizações da empresa e amigos e a necessidade de mentalizar que o Ano-Novo é o momento especial para começar algo novo. Além das famosas crenças e rituais que não poderiam ser esquecidos.
“Temos que tirar esse peso da necessidade. Se te faz mal, por exemplo, não querer ir para a casa de um parente. É preciso entender que se forçar a determinadas coisas não é legal. O que fazer? Ligar para o familiar, ir outro dia, ou vivenciar de uma maneira diferente, para não se sentir mal”, recomenda.
Síndrome de Burnout
Outra síndrome debatida entre os profissionais na psiquiatria e psicologia é a Síndrome de Burnout (ou Síndrome do Esgotamento Profissional), que é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante.
“A Síndrome de Burnout não somente aparece na questão profissional. A dona de casa pode ter, uma mãe que acabou de parir e está no puerpério também. Ou seja, é algum tipo de trabalho que se faz em situações de alto nível de estresse e que tem uma exigência enorme, com acúmulo de exaustão física e emocional; podendo piorar no fim do ano”, explica.
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