O processo contra o estudante de enfermagem preso com 30 tabletes de cocaína no Piauí teve um avanço após a Justiça do Piauí receber a denúncia formal do Ministério Público (MP-PI) e tornar o investigado em réu. A nova movimentação processual ocorreu na quinta-feira (13).

⚖️ Um réu é a pessoa ou entidade contra quem um processo judicial é movido, sendo a parte que deve responder a acusações ou pedidos em uma ação civil ou criminal.

A operação que resultou no flagrante da droga no porta-malas do carro do estudante foi deflagrada pelo Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), no dia 5 de maio. A ação foi realizada após um acompanhamento tático que culminou na abordagem do jovem no Posto Fiscal da Tabuleta, na zona Sul de Teresina.

O juiz da vara de delitos de tráfico de drogas considerou que a denúncia cumpriu os requisitos legais. Ele destacou que o documento descreve detalhadamente todos os elementos do crime de tráfico, incluindo o local e a data da prisão em flagrante, bem como a quantidade e a natureza dos entorpecentes apreendidos. Em sua decisão, o magistrado afirmou:

“Ante o exposto, preenchidos os requisitos legais de admissibilidade, recebo a denúncia oferecida em desfavor de Leonardo Araujo Meira, em todos os seus termos. Designo, por consequência, a audiência de instrução criminal para o dia 26/11/2025, às 10h15, a ser realizada por videoconferência, considerando as peculiaridades deste Juízo Auxiliar.”

Relembre o caso

O delegado Charles Pessoa, coordenador do Draco, informou na época que o jovem já estava sendo monitorado no âmbito de uma investigação contra uma organização criminosa com atuação no estado.

A droga apreendida chamou a atenção pelas imagens impressas em cada tablete, que, segundo o delegado, eram a foto de um ministro da Bolívia.

“Essa é a foto de um ministro da Bolívia, mas isso não quer dizer que ele tem relação com o tráfico de entorpecentes. Alguns criminosos utilizam imagens justamente para identificar de onde é a droga, a origem do entorpecente e também para quais pessoas elas serão distribuídas”, explicou Charles Pessoa.

Dívida com facção motivou o transporte

Após a prisão, o estudante de enfermagem prestou depoimento e alegou que transportava a droga para quitar uma dívida de R$ 4 mil com uma facção criminosa.

O jovem, que afirmou ser usuário de maconha e haxixe, disse ter aceitado realizar o transporte. Segundo ele, os entorpecentes foram entregues em Imperatriz (MA) e esta seria a quarta vez que realizava o serviço para a mesma organização criminosa.

“O valor que eles iam descontar de mim era R$ 3.000, pois na verdade eu que estava devendo eles. Estava devendo R$ 4.000 e ia ficar só R$ 1.000. Posteriormente eu faria algo para pagar o valor restante”, relatou em seu depoimento.

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