Dr. Bárbara Barros
Ginecologista e obstetra
Especial para o Portal ClubeNews
O Dia dos Namorados chegou! Época de celebrar o amor, buscar presentes em shoppings lotados e fazer aquela publicação apaixonada nas redes sociais. Dia também de reforçar os laços com a pessoa que você ama e relembrar os motivos de estarem juntos.
Se você é do grupo que já está há mais tempo em uma relação monogâmica eu tenho certeza que vai querer parar para ler o que vamos te trazer hoje. Quando o assunto é sexualidade humana e estudamos sobre relacionamentos, percebemos que aquele momento inicial da Paixão dura de 3 meses a 2 anos no máximo!
É nesse período, onde o outro ainda é um estranho envolvido por mistérios, que somos movidos pela dopamina, noradrenalina e pelo frio na barriga. Não que a paixão possa ser descrita somente como algo meramente hormonal e físico, até porque os poetas já estão há séculos buscando descrevê-la, mas há sim um papel importante da química hormonal na forma como encaramos essa fase dos relacionamentos.
Há quem inclusive se vicie em estar constantemente apaixonado, mudando sempre o objeto de seu desejo.
O amor, por outro lado, é uma construção bem mais lenta e sólida, conduzido pela ocitocina e regido pelo amadurecimento do tempo. Mas aqui, começamos a grande contradição dos relacionamentos modernos. Como amar e desejar ao mesmo tempo? Por que aquela sensação de paixão vai aos poucos morrendo nos relacionamentos mais longos?
Uma das reflexões comumente feitas por pesquisadores da área (e aqui cito a psicoterapeuta e escritora Esther Perel, autora do livro “Sexo no Cativeiro”) é sobre como os casais tendem a ir na direção de algo que vai na contramão desses hormônios da paixão… nós buscamos segurança e estabilidade, queremos ter a certeza de que amamos e somos
correspondidos, buscamos a segurança de saber que o outro está nos esperando ao fim de um dia cansativo de trabalho.
Mas o desejo e a paixão não estariam justamente no incerto e no misterioso? Temos uma tendência a querermos ser um só, uma fusão de dois seres como se fôssemos simplesmente duas metades de uma laranja.
Seria esse o motivo de tantos relacionamentos esfriarem? Estamos tão acomodados com a segurança que o outro nos proporciona que paramos de nutrir a relação? Seria o comodismo o caminho inevitável para o tédio e até mesmo para o término? Existem algumas ferramentas que podemos abdicar para que isso não aconteça, embora a resposta exata seja única para cada casal. Vamos conferir o que podemos fazer para manter um bom relacionamento?
1º passo: AUTO CONHECIMENTO
Se você não reserva parte da sua energia para conhecer o seu próprio corpo e entender o que você gosta e o que não gosta, vai ser difícil estabelecer uma comunicação saudável com o outro. Aqui caímos em um clichê que é a mais pura verdade.
Primeiro precisamos nos conhecer e sabermos quem somos enquanto indivíduos, para depois estarmos prontos para compartilhar com o outro. Ter hobbies, ter interesses individuais, saber estar bem consigo mesmo em momentos de solidão são fundamentais para manter relacionamentos saudáveis. Entender quais os seus limites e saber respeitá-los auxilia inclusive a respeitar o espaço do outro.
2º passo: COMUNICAÇÃO CLARA
Vocês precisam conversar enquanto casal. Sabe aquele conceito de Pillow talk? Depois do sexo é muito importante que vocês tenham um Feedback honesto sobre o que gostaram ou não, que compartilhem fantasias, desejos e incômodos. Ter espaço para ser vulnerável nos relacionamentos é importantíssimo! Sem uma comunicação clara, respeitando as diferenças do outro, mas lutando para achar um caminho em comum para os dois, é difícil manter uma relação prazerosa e saudável a longo prazo.
3º passo é sobre TEMPO!
A vida é uma correria e da mesma forma que você reserva tempo na agenda para ir na academia, levar o filho ao médico, resolver uma pendência do trabalho… você precisa reservar tempo para se conectar com a sua parceria. Parece estranho, mas até mesmo saídas românticas, viagens e sexo de qualidade precisam ser agendados! Existe algo chamado “ciclo de resposta sexual”, como nos comportamos diante do sexo e um dos grandes mitos que existem é de que o desejo é algo espontâneo.
Ele pode até cair do céu quando estamos na fase da paixão, mas certamente com o tempo começamos apresentar, principalmente as mulheres, uma nova forma de resposta, chamado desejo responsivo. Que nada mais é do que: se você não buscar, não cuidar e não nutrir… o desejo não vai aparecer. Por isso é importante que casais mantenham hábitos de carinho e explorem as diversas linguagens do amor, lembrando sempre de reservar tempo na agenda para estarem a sós e investindo na sua intimidade.
4º passo: USE A SUA CRIATIVIDADE
Já que o assunto é investir na intimidade, jogos eróticos, acessórios novos (como os sextoys que podem ser usados tanto sozinhos como juntos) e o ato de explorar fantasias que podem ser suas ou da sua parceria são boas alternativas para manutenção da paixão. Embora como já conversamos antes, tenha muitos outros fatores que vêm antes de simplesmente comprar uma nova lingerie.
Apesar de saber que a resposta é bem mais complexa que isso, não deixe de investir em novidades e acessórios que possam trazer um refresco para o relacionamento. Aqui é importante ressaltar que qualquer fantasia precisa ser realizada com segurança e consentimento mútuo.
5º passo: BUSQUE INFORMAÇÃO DE QUALIDADE!
Siga profissionais que trabalhem de forma séria com isso. Leia, se informe e busque se divertir também nesse processo. Libido é energia de vida e precisamos sempre olhar para esse lado da nossa existência. Muitas pessoas e casais passam por dificuldades no relacionamento e problemas sexuais ao longo da vida; por isso, é importante conversamos abertamente sobre sexo e não hesitarmos em procurar ajuda capacitada para nos acolher quando preciso.
Siga o Portal ClubeNews no Instagram e no Facebook.
Envie sua sugestão de pauta para nosso WhatsApp e Entre na nossa comunidade.
Confira as últimas notícias: clique aqui!
∴ Compartilhar