Vítima de stalking em Teresina muda de cidade para fugir de perseguição do ex

Mulher que não teve a identidade revelada contou a TV Clube que ex-namorado chegou a ligar mil vezes no mesmo dia

Stalking é preso pelo crime de perseguição e agressão contra a mulher em Colônia de Gurgueia (Foto: Divulgação)

Mudar de cidade foi a decisão de uma mulher, vítima de “stalking”, para fugir da perseguição que sofria por parte do ex-companheiro. A vítima, que morava em Teresina, contou que o ex chegou a criar dez perfis falsos diariamente e ligar mais de mil vezes em um único dia, além de persegui-la no trabalho.

Em entrevista à TV Clube, a mulher relatou que as perseguições começaram em 2021, após o fim do relacionamento. O homem não aceitava o rompimento e passou a ligar para ela e enviar mensagens várias vezes por dia. Ele chegou ir ao emprego dela e a vítima disse que vivia com medo.

“Não era só pelas redes sociais, ele mandava links para tentar invadir meu e-mail. Recebia diariamente mais de dez perfis falsos. Tive que sair do emprego porque ele ia para lá também. Eu vivia com medo, foi a pior época da minha vida”, lembrou.

A mulher afirmou ainda que procurou a Polícia Civil na época dos abusos, mas não teve retorno das autoridades. As perseguições pararam apenas quando ela passou a viver em outra cidade.

“Fiz vários boletins de ocorrência na época, não tive retorno de nenhum. Foi um pouco constrangedor na delegacia, eles pareciam não saber como resolver. Disseram que iriam investigar, mas era de competência da Delegacia da Mulher”, comentou.

Procurado, o delegado responsável por investigar casos de “stalking” no Piauí disse que não teve acesso ao boletim de ocorrência registrado pela vítima e, por isso, não pode se manifestar sobre o assunto.

O crime de stalking, caracterizado por perseguição em qualquer meio, inclusive virtual, cresceu 41,8% no Piauí, segundo o Anuário da Segurança Pública. O estado registrou, em 2023, 1.1015 casos. Em 2022, foram 737 ocorrências.

A pena prevista pelo Código Penal para o “stalking” é de seis meses a dois anos de prisão, mas pode chegar a três anos com agravantes, como crimes contra as mulheres. As vítimas podem reunir provas como capturas de tela de mensagens e ligações, além de contar com testemunhas dos abusos.

O delegado Alisson Landim, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), ressalta que qualquer atitude que cause desconforto psicológico para a mulher ou outra pessoa pode configurar perseguição.

Delegado Alisson Landim Macedo (Foto: Reprodução/Tv Clube)

“Se o sujeito envia, de modo insistente, flores ou outros presentes para a casa ou ambiente de trabalho da vítima; manda mensagens ou cria perfis falsos para atormentá-la, ela pode buscar a delegacia e registrar o boletim”, orienta o delegado.

Ainda conforme o delegado, o anonimato oferecido por muitos serviços na internet não é um empecilho para as investigações, já que a polícia dispõe atualmente de técnicas para descobrir a identidade dos suspeitos.

“Caso a investigação determine que houve perseguição por meio de vários canais, em várias oportunidades, podemos chegar ao autor do crime e penalizá-lo pela conduta”, completa.

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Fonte: TV Clube


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