A SS&B Construtora Ltda. anunciou a demissão de todos os seus colaboradores após alegar falta de pagamento referente à mobilização de contrato em um projeto de construção de usina fotovoltaica em Cristino Castro, no Sul do Piauí.
A construtora, contratada pelo Grupo Cobra Brasil, afirmou que a falta de repasses financeiros tornou insustentável a manutenção dos contratos de trabalho, aumentando a tensão entre fornecedores e a empresa espanhola.
O conflito financeiro, segundo fontes ouvidas pelo Notícias do Sul, remonta a uma decisão anterior, em 29 de agosto de 2024, quando o Grupo Cobra teria retirado a ENERGEM INFRA do projeto de construção da usina.
A ENERGEM, antes responsável pela supressão vegetal de uma área de 300 hectares, teria deixado de honrar pagamentos a fornecedores e prestadores de serviços devido ao atraso dos repasses.
Com um custo total dos serviços estimado em R$ 5,55 milhões, a ENERGEM afirmou ter recebido apenas R$ 1,2 milhão do Grupo Cobra.
Sem recursos suficientes, a ENERGEM comunicou aos fornecedores que não teria condições de arcar com os pagamentos. Em resposta, eles organizaram um protesto em frente à usina, exigindo que o Grupo Cobra assumisse as dívidas pendentes.
Segundo os fornecedores, o sócio-proprietário da ENERGEM, Sr. Oliveira, confirmou os débitos e autorizou o Grupo Cobra a repassar o valor devido diretamente aos credores, descontando o saldo devedor da ENERGEM. Entretanto, o diretor de projetos da Cobra Brasil recusou a autorização, alegando que os valores seriam retidos para multas contra a ENERGEM, totalizando R$ 2,6 milhões.
Durante as negociações, representantes do Grupo Cobra solicitaram a suspensão do protesto e prometeram avaliar a documentação dos débitos. Em 25 de setembro, um advogado da empresa se reuniu com os fornecedores e revisou as faturas e recibos apresentados.
Após a análise, o Grupo Cobra pediu uma proposta de pagamento, e os fornecedores sugeriram receber 50% à vista e o restante em até 30 dias. Contudo, não houve retorno do Grupo Cobra.
No dia 3 de outubro, a Cobra Brasil entrou com um pedido de liminar para encerrar o protesto na comarca de Cristino Castro, mas o juiz negou a solicitação. O grupo recorreu à Justiça em Teresina, onde também teve o pedido indeferido. Em 24 de outubro, a Cobra desistiu da ação inicial e, no dia seguinte, protocolou uma nova ação para reintegração de posse da área.
Com os protestos e as pendências financeiras, o clima é de incerteza para famílias e empresas que dependem dos recursos provenientes do projeto.
Em 25 de outubro, a situação atingiu um novo ponto crítico quando a SS&B Construtora anunciou a demissão de todos os seus colaboradores. A construtora, assim como outras empresas e trabalhadores, está à mercê de repasses que, segundo os fornecedores, têm sido sistematicamente interrompidos.
“Temos em mãos as medições e certificações do serviço executado pela ENERGEM INFRA, assinadas pelo engenheiro responsável pela obra de Cristino Castro”, informou uma fonte local.
A equipe de reportagem procurou a Cobra Brasil para esclarecimentos, mas ainda não obteve resposta. O espaço permanece aberto para que a empresa possa se manifestar sobre os fatos.
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