
A Justiça concedeu soltura, nesta segunda-feira (13), para Lucélia Maria da Conceição Silva, presa pelas mortes dos irmãos João Miguel Silva, de 7 anos, e Wlices Gabriel Silva, de 8 anos. Ela declarou que, além do seu advogado e de sua família, ninguém acreditava na sua inocência.
Lucélia estava na penitenciária feminina de Teresina desde o dia 23 de agosto de 2024. “Sou [inocente]. Sempre fui inocente. Só quem acreditava em mim era o advogado e a minha família. Estou sentindo agora muito alívio. Foi difícil, mas eu agradeço muito a Deus”, disse.
A soltura veio após liberação de um novo laudo, que confirmou a ausência de veneno nos cajus dados pela mulher às crianças. Lucélia chegou a ter a casa incendiada por populares.
A substância tóxica que estaria nas frutas seria a mesma utilizada no baião de dois consumido no almoço do dia 1º de janeiro de 2025 pela família dos irmãos. No novo caso de envenenamento, a mãe, dois irmãos e um tio de João e Wlices morreram.
O laudo saiu um dia depois que Francisco de Assis da Costa, padrasto da mãe das crianças, ser preso como principal suspeito de envenenar um baião de dois comido pela família em um almoço. Ele simulou ingerir a comida.
O promotor Silas Sereno Lopes, do Ministério Público do Piauí, apontou que as crianças podem ter ingerido outro alimento além do caju. Por isso, as investigações foram reabertas para esclarecer os fatos.
SECRETARIA DE SEGURANÇA ASSUME ERRO
O Secretário de Segurança do Piauí Chico Lucas declarou, nas redes sociais, que houve um erro no caso da perícia dos cajus, supostamente envenenados em Parnaíba. A situação levou Lucélia Maria, vizinha das crianças mortas por envenenamento em agosto de 2024, à prisão.
O laudo da Polícia Científica do Piauí, liberado na quinta-feira (09), cinco meses após o ocorrido, apontou que não havia presença de veneno nos cajus dados pela idosa aos irmãos João e Wlices.
“Eu como representante do sistema, assumo esse erro, mas o delegado, a delegado, o promotor eles fizeram tudo que estava ao alcance deles”, disse em publicação.
Chico Lucas reconheceu a morosidade do Estado e explicou que quando assumiu a Secretaria de Segurança Pública, o Piauí enfrentava o desafio da ausência de um laboratório de toxicologia e que em 2024, foi inaugurado este laboratório, e o caso dos cajus, em Parnaíba, foi o primeiro a contar com exames realizados localmente.
No entanto, a análise exigia reagentes químicos importados, que só chegaram em dezembro, o que prolongou o processo pericial.
VEJA NOTA DA POLÍCIA CIENTÍFICA SOBRE DEMORA NO RESULTADO DO LAUDO
Ao longo de muitos anos, sempre foi difícil se conseguir fazer os exames toxicológicos forenses necessários para os crimes ocorridos no Piauí; mesmo com toda boa vontade, os demais estados não têm como receber em curto espaço de tempo uma quantidade de 15 exames como no presente caso ocorrido em Parnaíba; e quando se recebe é dois ou três casos após uma espera de vários meses; ora, devido à quantidade que se tinha pra fazer no presente caso, seria mais lógico se aguardar a chegada dos reagentes já comprados e fazer em Teresina, o que de fato foi feito.
O laboratório iniciou seu funcionamento em setembro e desde então, houve viagem dos peritos para treinamentos em vários Estados da federação, sendo o último o Espírito Santo; também houve treinamentos em Teresina por técnicos das empresas; além disso, se aguardou a chegada de vários reagentes comprados que chegaram em épocas diferentes sendo que os que possibilitaram fazer as perícias no estômago chegaram primeiro, motivo pelo qual foram feitas naquele momento; o reagente que possibilitou fazer os últimos exames só chegou no final de dezembro, motivo pelo qual ficou pronto no começo de janeiro; pari passu, também tivemos desenvolvimento e implementação de métodos de análises toxicológicas.
É um laboratório novo, recém-inaugurado, e cujos peritos estão fazendo todo o esforço pra dar conta das demandas: quase todos os dias estão saindo mais de meia-noite do mesmo.
A Polícia Científica piauiense tem feito o que é possível para colaborar na resolução desse caso dos envenenamentos, conforme rezam os métodos científicos forenses.
LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA FORENSE DO IML
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA CIENTÍFICA
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