Pedro Pires e Isabela Leal (TV Clube)
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“As últimas palavras que escutei da minha mãe foram: ‘Maria, olha o carro!’. Foi quando eu virei para não pegar na minha irmã”, relembra Maria Sueli, de 10 anos, sobrevivente do acidente que matou sua mãe, Kassandra Oliveira, e Marly Ribeiro da Silva na BR-316, zona Sul de Teresina.
Maria Sueli sofreu traumatismo craniano encefálico e passou 25 dias em coma induzido no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). “Quando eu acordei, olhei por tudo e não vi ela. Aí perguntei: ‘Cadê ela?’ Me responderam que ela tinha falecido”, contou.
Os blogueiros Pedro Lopes Lima Neto, conhecido como Lokinho, e Stanley Gabryell Ferreira de Sousa, o Brizaac, estavam no carro que atropelou as vítimas. Lokinho responde ao processo em liberdade, enquanto Stanley teve a soltura determinada nesta quinta-feira (13).
Avô desabafa
O avô da menina, Francisco de Oliveira, ainda sente o impacto da perda da filha. “Eu fiquei doente, ainda me sinto doente, desse abalo que levei”, desabafou. Ele também relatou que, cinco meses após o acidente, a família não recebeu nenhum tipo de assistência dos envolvidos.
Cinco meses depois do acidente, o pai de Kassandra, Francisco Oliveira, relatou que em nenhum momento a família foi procurada para receber algum tipo de assistência da família dos envolvidos no acidente.
“Ela [Maria Sueli] ainda vive debilitada, por tudo que aconteceu. A família toda está em pânico, devido à soltura desse camarada. Estamos sendo muito humilhados, os familiares deles nunca se apresentaram para conversar. Não custa nada a pessoa chegar com a verdade, sabemos o que aconteceu. Só queremos justiça, tem que ser feita. Que país é esse?” declarou o idoso que disse que faz uso de remédios para conseguir dormir.
Justiça determinou soltura de Stanlley
O desembargador José Vidal de Freitas Filho determinou, nesta quinta-feira (13), a soltura de Stanlley Gabryell Ferreira de Sousa. A decisão atendeu a um pedido de habeas corpus solicitado pela defesa do acusado. Stanlley Gabryell foi preso preventivamente sob acusação de homicídio doloso eventual e lesões corporais graves.
No entanto, após a instrução do caso, a magistrada entendeu que ele deve responder por homicídio culposo na direção de veículo automotor, sem intenção de causar as mortes e ferimentos. Com isso, o caso foi encaminhado à Vara Criminal responsável por julgar crimes de trânsito.
Ao deferir o pedido de habeas corpus, o desembargador determinou a revogação da prisão preventiva de Stanlley Gabryell. Ele deverá cumprir algumas medidas cautelares, tais como:
- Proibição de sair da cidade sem autorização judicial;
- Proibição de frequentar bares e estabelecimentos similares;
- Comunicação prévia em caso de mudança de endereço;
- Recolhimento domiciliar noturno das 20h às 6h e nos dias de folga;
- Monitoramento eletrônico.
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*Estagiário sob a supervisão do jornalista Eduardo Amorim
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