Lagoa que deu nome a Fartura do Piauí seca por completo durante estiagem

Segundo moradores, o município não enfrentava uma situação dessa gravidade há mais de 40 anos.

Lagoa, que deu nome ao município, está seca (Foto: Aparecida Santana/ TV Clube)

Alysson Camurça e Aparecida Santana (TV Clube)
alyssoncamurca@tvclube.com.br

O município de Fartura do Piauí, localizado no Sul do estado, enfrenta uma grave estiagem desde novembro de 2024, segundo informações da Secretaria Municipal de Agricultura. A falta de chuvas provocou a perda total da produção agrícola e ameaça o abastecimento de água para a população e para os animais.

“Neste ano não choveu. A última chuva foi em novembro do ano passado, e desde então não caiu mais água. A safra foi totalmente perdida. Quanto aos animais, está tudo se acabando porque não há água nenhuma, só lama”, afirmou a secretária Rosileide Braga.

O nome do município faz referência a uma antiga lagoa considerada farta em água, mas que hoje está completamente seca devido à estiagem. Moradores relatam que, até o ano passado, a lagoa ainda tinha volume significativo.

A situação é tão crítica que o prefeito Orlando Costa (PT) se emocionou e chegou a chorar durante uma entrevista ao vivo na TV Clube ao falar sobre a seca. Segundo os moradores, o município não enfrentava uma seca tão severa desde o início da década de 1980, há mais de 40 anos.

Barragem Tanque de Areia está seca

Em reportagem exibida no Piauí TV 1, a jornalista Aparecida Santana visitou a barragem Tanque de Areia, principal fonte de abastecimento de Fartura do Piauí. No local, o cenário é de total desolação: apenas o chão rachado e espinhas de peixes mortos espalhadas pela terra seca.

Barragem Tanque de Areia. (Foto: TV Clube)

Dos 12 poços existentes no município, apenas dois ainda possuem alguma vazão de água, mas de forma muito limitada. Apenas um deles consegue encher uma caixa d’água de 10 mil litros, o que é insuficiente para atender à demanda da população.

Perda total na produção agrícola

A agricultura, principal fonte de renda da cidade, também foi severamente impactada. Lorisvaldo Santos, agricultor local, relata as dificuldades enfrentadas:

“Não tem água. Perdemos tudo na lavoura. Estamos tendo que buscar água em poços, em casas de vizinhos que têm cisterna. Não está vindo água pelos encanamentos. Não chove, e a gente não tem onde buscar essa água”, desabafa.

A secretária de Agricultura afirma que a situação é a pior já enfrentada pela cidade e que não há previsão de melhora. “A preocupação é enorme. Não temos água nem para o consumo humano, nem para os criatórios. É muito sofrido. Estamos vivendo uma crise que nunca vimos entre nós”, lamenta Rosileide Braga.


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