PIB do Brasil cai pelo segundo trimestre seguido e país entra em recessão técnica

Em 2020 também foi registrada recessão técnica quando o PIB do país encolheu 2,3% e 8,9% nos dois primeiros trimestres

 

Queda foi puxada pela agropecuária que recuou 8% no trimestre. (Foto: Agência IBGE/ José Fernando Ogura)

Lucy Brandão
lucy@tvclube.com.br

O Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, teve queda de 0,1% no terceiro trimestre deste ano. Pelo segundo trimestre seguido o PIB registrou queda, confirmando a entrada do Brasil em recessão técnica. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A recessão técnica é caracteriza por dois trimestre seguidos de retração. Em 2020 também foi registrada recessão técnica quando o PIB do país encolheu 2,3% e 8,9% nos dois primeiros trimestres.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2020, no entanto, houve uma alta de 4%. O PIB também acumula alta no período de 12 meses (3,9%).

Setores
Apesar da alta de 1,1% nos serviços no terceiro trimestre de 2021, que respondem por mais de 70% do PIB nacional, o índice foi influenciado para baixo principalmente por conta da queda de 8,0% na agropecuária e também pelo recuo de 9,8% nas exportações de bens e serviços.

Segundo a pesquisadora do IBGE Rebeca Palis, o resultado foi influenciado pelo encerramento da safra de soja, que fica mais concentrada no primeiro semestre do ano.

“Como ela é a principal commodity brasileira, a produção agrícola tende a ser menor a partir do segundo semestre. Além disso, a agropecuária vem de uma base de comparação alta, já que foi a atividade que mais cresceu no período de pandemia e, para este ano, as perspectivas não foram tão positivas, em ano de bienalidade negativa para o café e com a ocorrência de fatores climáticos adversos na época do plantio de alguns grãos”, afirma a pesquisadora.

A indústria se manteve estável no período. Por outro lado, a alta de 1,1% do setor de serviços evitou um recuo maior do PIB no terceiro trimestre. A construção cresceu 3,9% e evitou uma queda da indústria.

A alta dos serviços foi puxada por outras atividades de serviços (4,4%), informação e comunicação (2,4%), transporte, armazenagem e correio (1,2%) e administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,8%). As atividades imobiliárias mantiveram-se estáveis, enquanto atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados e comércio tiveram quedas de 0,5% e 0,4%, respectivamente.

Sob a ótica da demanda, a formação bruta de capital (investimentos) caiu 0,1%. O consumo das famílias cresceu 0,9%, enquanto o consumo do governo subiu 0,8%. No setor externo, houve queda nas exportações (-9,8%) e importações (-8,3%) de bens e serviços.

O IBGE também divulgou uma revisão do desempenho do PIB em 2020. A taxa de queda de 4,1%, informada anteriormente, foi corrigida para um decréscimo de 3,9%.

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Fonte: Com informações da Agência Brasil e Agência IBGE


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