Em meio à crise econômica, construção civil tem o maior crescimento em 10 anos no Piauí

Setor projeta crescimento de 7,6% em 2021 mesmo com alta no preço de matérias primas

Foto: Prefeitura de Teresina

Lucy Brandão
lucy@tvclube.com.br

A construção civil projeta o melhor resultado da última década para 2021 no Piauí. De acordo com um levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O crescimento para o setor deve fechar o ano em 7,6%, melhor desempenho dos últimos dez anos.

Já para 2022, o setor espera um crescimento mais tímido. Segundo Guilherme Fortes, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon Teresina), o segmento projeta alta de apenas 2% para 2022.

Ainda de acordo com o Sinduscon, o crescimento só não é maior devido à alta do Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), índice que monitora a evolução dos preços de materiais, serviços e mão-de-obra usados na construção civil.

O INCC deve fechar 2021 com alta de 13,46%, maior patamar dos últimos 18 anos, desde 2003. Entre julho de 2020 e novembro deste ano, o INCC Materiais e Equipamentos registrou aumento de 42,25%.

Segundo o Sinduscon Teresina, mesmo com o saldo positivo em 2021, o setor ainda está 27,44% abaixo do seu pico de atividades, alcançado no começo de 2014. A alta nos valores dos materiais é um dos fatores que contribui para essa realidade, de acordo com o sindicato.

Mercado de trabalho aquecido

O crescimento do setor teve impacto direto na geração de empregos em 2021. Nos primeiros dez meses do ano foram criados cerca de 285 mil novos empregos formais no setor, de acordo com dados do Ministério do Trabalho. Com os saldos positivos recentes, a construção chega a quase 2,4 milhões de trabalhadores com carteira assinada, patamar que não era alcançado desde 2016.

“Esse crescimento se dará, obviamente, caso a economia brasileira cresça entre 0,5 e 1,0%, como tem nos apontado o levantamento da CBIC. Dessa forma, seria um crescimento abaixo do que teremos em 2021. E isso se deve, segundo a CBIC, pela alta das taxas de juros dos financiamentos, a queda do poder de compra da população e o mercado de trabalho fragilizado”, explica o gestor.

Lançamentos

Em 2021, o comportamento do mercado imobiliário no Brasil também foi destaque em lançamentos e vendas. O número de unidades habitacionais lançadas neste ano está 24,9% maior do que em 2019.

Pedro Nogueira Lima, presidente do Conselho de Corretores de Imóveis do Piauí (CRECI-PI), comenta que “em relação à venda de imóveis novos, o país teve o crescimento de 42,29% quando se compara a 2019”. Nesse comparativo, apenas a oferta apresentou queda (-3,39%). “Com os dados, ressalta-se que é imprescindível ampliar os novos lançamentos”, analisa Pedro.

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