Lucy Brandão e Kelvyn Coutinho
lucy@tvclube.com.br
Com a chegada do novo ano, o portal ClubeNews publica uma série de reportagens especiais com o olhar de especialistas piauienses para 2022. Para o médico infectologista Nayro Ferreira, a possibilidade de uma nova onda de Covid-19 e a rápida disseminação do vírus H3N2 são os principais motivos de preocupação.
“O número de mortes pode até não subir, mas o número de casos vai aumentar com toda certeza”, afirma o especialista sobre a Covid. Para ele, o principal motivo é a resistência da população em concluir o ciclo de imunização com duas doses e até voltar para tomar a dose de reforço.
“Estudos mostram que após seis meses de todas as vacinas há uma perda da performance de cobertura para as formas graves da doença. O Piauí já avançou bastante na vacinação, mas há uma gama grande da população que se recusa a voltar, tomar a segunda dose ou mesmo tomar a dose de reforço”.
As previsões do infectologista para os quatro primeiros meses de 2022 incluem um novo colapso no sistema de saúde. “O sistema de saúde já começou a colapsar, unidades de pronto atendimento e algumas urgências privadas de Teresina estão lotadas de pacientes com sintomas respiratórios. A maioria está sendo de gripe por Influenza. Então não vai ser difícil vermos um cenário parecido ao que vimos nas duas primeiras ondas de Covid-19 e isso pode piorar se a terceira onda da Covid coincidir com essa onda de doença respiratória gripal, o que não é difícil de acontecer”, prevê.
Ele chama atenção para os cuidados com protocolos de segurança e saúde que podem evitar a disseminação dos vírus H1N1, H3N2 e coronavírus.
“O pior é se a população adoecer pelos dois vírus ao mesmo tempo – por influenza e por Covid. Isso vai ser devastador”, afirma.
Síndromes gripais em 2022
Para Nayro Ferreira, em 2022 é certo que haverá um número crescente de síndrome gripal provocada por H3N2. “Semana passada não tínhamos nenhum caso e agora já são nove no Piauí”.
O médico explica que a cepa H3N2 é muito mais contagiosa que a H1N1, no entanto, alguns indivíduos desenvolvem a forma mais grave da doença e outros não. Segundo ele, isso acontece em razão de doenças pré-existentes. “São elas doença pulmonar preexistente, pacientes obesos e comorbidades semelhantes àquelas que vemos em relação à Covid-19. Principalmente aqueles que não estão vacinados nem para H1N1, que também está circulando no nosso meio, tendem a adquirir a nova cepa da gripe mais facilmente”.
Ferreira alerta ainda que a H3N2 não é uma cepa tão letal quanto a Covid-19, mas pode ser tornar mais grave devido ao aumento no número de casos que está acontecendo.
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