Andressa Lopes, Ana luiza Nedson, Luana Fontenele e Josiane Sousa (TV Clube)
andressalopes@tvclube.com.br
O vício em jogos online tem se tornado uma preocupação no Brasil, principalmente entre jovens de 18 a 29 anos, que representam a faixa etária mais vulnerável a esse tipo de dependência.
Uma pesquisa recente realizada pela XP investimentos aponta que 13,5% da população brasileira joga online regularmente, hábito que movimenta 1% do PIB nacional e compromete até 20% do orçamento livre das famílias mais pobres
O estudante Guilherme Italo, contou em entrevista à TV Clube, que reconheceu as vitórias como um estímulo para continuar jogando.
“Eu vi que dava para ganhar dinheiro a mais apostando. A princípio, ganhei, e isso me deu um estímulo para jogar mais, mas você tem que prestar atenção nos gastos, porque não é dinheiro de compromisso”, disse o estudante.
Segundo o psicólogo Rodrigo Lopes, os jogos são projetados para atrair e viciar, e têm levado a consequências graves, incluindo problemas de saúde mental, isolamento social e dificuldades acadêmicas ou profissionais.
O psicólogo também apontou que esse sentimento surge porque o ciclo de ganhos e perdas ativa um “sistema de recompensa” no cérebro, liberando dopamina e reforçando o desejo de continuar jogando, mesmo quando as perdas começam a superar os ganhos.
“O cérebro vai buscando um sistema de recompensa através da dopamina, que é liberada durante o uso do vício, seja ganhando ou perdendo, o que leva à necessidade de jogar cada vez mais”, explicou o psicólogo.
Mais da metade dos jogadores são homens
Dados da pesquisa de opinião do Instituto Locomotiva revelam que 53% dos apostadores são homens e 47% são mulheres, com 4 em cada 10 jogadores na faixa dos 18 a 29 anos, período em que o cérebro está em desenvolvimento.
Conforme Rodrigo Lopes, a maturidade cerebral completa-se apenas aos 25 anos, o que contribui para a vulnerabilidade desses jovens ao vício em jogos de apostas.
As plataformas de apostas são projetadas para prender a atenção do jogador, oferecendo bônus iniciais e feedbacks positivos que dão a falsa impressão de sucesso contínuo. Isso contribui para o aumento do engajamento, mas, quando chega o momento de tentar sacar os ganhos, as perdas começam a se acumular.
A promessa de “ganhos rápidos” tem mexido não só com as finanças, mas também com a saúde mental de milhares de brasileiros.
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