
Pedro Pires*
pedropires@tvclube.com.br
Nesta terça-feira (11), é celebrado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A data foi instituída em 2015, durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, com o objetivo de conscientizar sobre a importância da igualdade de gênero na ciência.
Dados da Elsevier, agência internacional, apontam que, nos últimos 20 anos, a proporção de pesquisadoras brasileiras que assinam publicações científicas no país saltou de 38% para 49%. Ainda segundo os números, divulgados em 2022, o Brasil é o terceiro colocado na lista dos locais com maior participação feminina na ciência, que conta com 18 países mais a União Europeia.
O mesmo levantamento mostra que o crescimento da participação de mulheres na produção científica também se verificou, no período analisado, nas áreas chamadas de STEM (sigla para representar Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em inglês). Nesse caso, a porcentagem era de 35% em 2020 e passou, em 2022, para 45%.
O Portal ClubeNews apresenta a história de duas mulheres, cientistas e piauienses. Cada uma, em diferentes pesquisas, segue uma trajetória de importantes descobertas.
A Letícia Sousa, é doutoranda em desenvolvimento e meio ambiente. Com uma pesquisa na área da educação ambiental e estudando a flora do Piauí, ela explicou que ser uma mulher na ciência é desafiador e, ao mesmo tempo, gratificante.
“Nós mulheres ainda enfrentamos barreiras, seja pela subrepresentação feminina em algumas áreas do conhecimento ou até mesmo pela necessidade de provar que nós somos competentes e temos habilidades para exercer as mesmas atividades que os homens. E é gratificante porque eu tenho a oportunidade de contribuir com avanços nas ciências e fortalecer a conexão entre pesquisa científica e as necessidades da sociedade e do meio ambiente”.
A cientista explica que desde criança, sempre fui curiosa e gostava de saber o porquê das coisas. Letícia comenta que queria ser uma detetive como Enola Holmes (personagem que é irmã do detetive Sherlock Holmes).
“Eu passava horas no quintal dos meus pais, vivi boa parte da minha vida em um ambiente que me proporcionou essas experiências. Escolhi as ciências ambientais por afinidade com a linha de pesquisa e nunca me contentei em parar em um ponto e permanecer ali. Eu sempre quis entender mais e a ciência é isso, exige aprofundamento e quanto mais nós estudamos, mais percebemos o quanto ainda há para descobrir. Precisamos continuar incentivando meninas a seguir nesta carreira científica e mostrar que a ciência é para todos, independente do gênero, da raça e da cor”, explicou.
De malas prontas para novas pesquisas
A bióloga Isabelle Alencar sempre gostou de ciências. Ao ingressar no curso de Ciências Biológicas, na Universidade Estadual do Piauí, ela viu a oportunidade de ser pesquisadora e seguir uma carreira acadêmica.
“A paixão pela pesquisa intensificou-se ainda na graduação, quando tive a oportunidade em participar do programa institucional de bolsas de iniciação científica. Desenvolvi dois projetos na qual tinha o intuito de verificar o potencial toxicogenético de produtos naturais e seus derivados em uma espécie de mosca muito utilizada em experimentos no campo da genética desde a antiguidade, por conta de possuírem genes homólogos aos dos seres humanos. E como fruto de todo trabalho, alcancei o 1° lugar de melhor projeto no simpósio de iniciação científica da UESPI”.

Agora, Isabelle se prepara para voar mais longe. A pesquisadora foi aprovada no mestrado da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, uma das instituições mais conceituadas na área em que Isabelle atua.
“As minhas expectativas para essa nova etapa da minha carreira profissional e acadêmica são as melhores, principalmente por se tratar de um outro estado e outras vivências, até porque, o que seria de uma futura pesquisadora sem a sua ânsia de ir além?”
Ao Portal ClubeNews, ela ressaltou que busca inspiração na história de outras grandes mulheres da ciência. Além disso, destaca que o espaço para essas profissionais tem crescido.
“Com isso, vejo que não só a minha história, como a de outras mulheres são inspiradoras e desempenham um papel fundamental na barreira histórica da desigualdade de gênero ainda existente nesse campo. No entanto, cada vez mais mulheres vêm superando esses obstáculos, conquistando espaço no meio científico e desenvolvendo trabalhos que irão contribuir de maneira significativa e inovar todos os campos da ciência”, explicou.
*Estagiário sob a supervisão da jornalista Malu Barreto
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