No terceiro episódio da série SOS Mulher: caminhos para a superação, da Rede Clube, especialistas destacam a importância da rede de apoio para que as mulheres consigam romper o ciclo da violência e denunciar seus agressores. O acolhimento, sem julgamentos, é um fator crucial para encorajar a denúncia e garantir a proteção da vítima.
A delegada Eugênia Vila, da Polícia Civil do Piauí, reforça que o atendimento imediato e empático pode ser a única oportunidade de evitar um feminicídio.
“Nós não podemos, de jeito nenhum, deixar de atender, porque pode ser a nossa única oportunidade. Eu não vou me perdoar nunca se eu não der um atendimento naquele momento e acontecer um feminicídio”, comenta.
Segundo a delegada, ao procurar ajuda, a vítima já passou por um longo processo de dúvida e medo. Ao tomar a decisão de denunciar, ela deve ser acolhida com sensibilidade.
A psicóloga Sileli Santiago explica que muitas mulheres vivem presas em relacionamentos abusivos sem perceber a gravidade da situação. “Muitas mulheres ficam com uma autoestima muito baixa, elas ficam com medo, se sentindo perdidas. Então, é muito importante que alguém segure a mão dessa mulher”, ressalta.
Uma vítima que não quis se identificar relatou como a dependência emocional e financeira a fez naturalizar a violência que sofria. “No início eu não ligava, eu achava que isso era normal em um casamento, que ia passar. Mas chegou a um ponto tão crítico que eu não tinha mais força. Minha mãe me incentivou, ela dizia: ‘bora voltar a estudar’. E eu voltei a estudar”.
A socióloga Marcela Castro reforça que muitas vítimas deixam de trabalhar ou estudar porque o parceiro abusivo não permite.
“A questão do apoio familiar conta muito, porque muitas vezes aquela mulher deixou de qualificar-se ou trabalhar porque o companheiro não aceitava. Essa rede de proteção, composta pela família, amigos e instituições, é fundamental para que a mulher saia da situação de violência”, afirma.
Para buscar ajuda, as vítimas de violência doméstica podem contar com o Disque 180, da Central de Atendimento à Mulher, o Disque 190, da Polícia Militar do Piauí, além do aplicativo Salve Maria.
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